Regra nº 1- Nunca acreditar nos conselhos dos economistas
Como alguém disse, Deus criou os economistas para que os meteorologistas tivessem alguma credibilidade. Apenas um em cada milhão consegue fazer previsões acertadas e, azar, além de só se vir a descobrir que esse é que tinha razão quando é tarde demais, todos os outros economistas tendem a desvalorizar as previsões porque contrariam a maioria, alinhada com interesses financeiros das empresas que lhes pagam para modificar a realidade ou se poderem aproveitar dela, espoliando os cidadãos.
Regra nº 2 -Desconfie ainda mais dos economistas se eles estão no governo, já por lá passaram ou têm a aspiração de lá chegar.
Raros são aqueles que exprimem a sua opinião. Ou defendem a opinião do governo, ou a as das instituições financeiras que lhes pagam, ou ambas.
Regra nº3- Nunca siga os conselhos do governo em matéria de poupanças
Durante o Estado Novo, comprar uma casa para arrendar era um investimento para o futuro. Quem conseguia amealhar algum dinheiro investia-o em imobiliário para garantir a reforma que o Estado não lhe assegurava. Quando Salazar decidiu congelar as rendas de casa, milhares de pequenos proprietários que tinham investido as suas poupanças no sector imobiliário acabaram por ficar na miséria. Muitos passaram a viver em condições bem piores do que os seus inquilinos e, só recorrendo a estratagemas para os desalojar- como requerer a casa para um familiar- alguns conseguiram reequilibrar-se.
No período áureo da sociedade de consumo, com as rendas novas a disparar e o crédito barato, as pessoas endividaram-se porque fizeram contas e perceberam que mais valia pagar uma renda ao banco e ficar com uma casa, que deixariam de legado aos filhos, do que estar a pagar renda uma vida inteira.
A aposta parecia boa, mas o final da história foi um pesadelo para muitas famílias. Com a crise económica e o aumento do desemprego muitas famílias ficaram sem possibilidade de pagar a dívida ao banco e viram-se obrigados a entregar as suas casas aos agiotas. Poder-se-ia argumentar que a crise surgiu de forma imprevista, mas não é verdade. Em 2004 já havia economistas a prever a crise, mas os bancos continuavam a emprestar dinheiro, sabendo que a breve prazo muitos desses endividados deixariam de ter condições para pagar as suas casas. Não se preocuparam, porque sabiam que nunca ficariam a perder.
Em plena crise, o que faz o governo? Aumenta o IMI, tornando ainda mais difícil às famílias cumprirem as suas obrigações com os bancos!!!
Depois, apela à poupança e ao aforro mas, em vez de cativar as poupanças, remunerando-as bem, baixou os juros dos certificados de aforro, o que convidou as pessoas a retiraram o dinheiro e entregá-lo aos bancos. Depois surgiram os certificados de tesouro, cujo rendimento apenas é interessante para poupanças superiores a cinco anos. Mesmo assim houve quem investisse. Sem dinheiro, o governo decidiu ir buscá-lo aos pequenos aforradores que incentivara a investir, aumentando sucessivamente o imposto sobre capitais que, em apenas dois anos, subiu de 21 para 26,5% por cento.
Já nem vale a pena dizer que a aplicação de um imposto de capitais igual para quem tenha fortunas ou para pequenos aforradores é uma medida injusta e daltónica. O que vale a pena é perguntar se vale a pena aforrar, para pagar mais de um quarto dos juros ao governo, que o gasta em mordomias várias, das quais não abdica.
Chegado a esta altura, perguntará o leitor: mas então que raio é que eu faço para assegurar a minha velhice e completar a minha reforma cada vez mais minguada?
Sinceramente, caro leitor, não lhe sei responder. Talvez o melhor seja mesmo emigrar para um país onde as pessoas sejam minimamente respeitadas. Nos dias que correm, até o Bangladesh é capaz de ter mais consideração pelos seus cidadãos, do que este governo que os portugueses escolheram para substituir o “aldrabão” do Sócrates. Como está demonstrado, fizeram uma boa escolha…