Paulo Portas ( seguindo os passos de Coelho) precipitou-se ao congratular-se com a avaliação positiva da troika. Na verdade, como ficou hoje demonstrado, a nota ainda não foi publicada em pauta e a acta da avaliação está dependente de várias condicionantes.
No entanto, como costumava ouvir no meu tempo a alguns professores, o chumbo não deve ser visto como um drama, mas sim como uma segunda oportunidade para o aluno. O governo devia agora estudar bem a lição e apresentar um OE consentâneo com a realidade do país. Sem recorrer a cábulas feitas à pressa e mostrando que aprendeu e compreendeu a matéria.
No entanto, como é cábula e quer evitar o chumbo, meteu cunhas a Bruxelas e a Merkel, para que viessem para a praça pública dizer que sem TSU não há dinheiro. Só que depois de termos ouvido a troika dizer que nunca tinha exigido a TSU, e o FMI a reclamar medidas para o crescimento, toda a gente percebeu que aquelas declarações foram feitas a pedido e o objectivo primeiro é condicionar Cavaco e os conselheiros de Estado.
Admito que até tenha êxito, mas meter essa patranha aos portugueses não vai ser tarefa fácil. O governo ainda não percebeu que já não nos vence pelo medo. É melhor que se cuide. Ou se empenha em ser um bom aluno e encontra soluções alternativas à TSU, ou então será o povo português a chumbá-lo.