Há uma certa dose de irresponsabilidade na declaração do PS, ao afirmar que quando for governo reabrirá a RTP 2.
Afirmações deste jaez são próprias dos partidos que detêm o poder neste momento, mas não de um partido que pretende ser uma alternativa credível.
Depois de atribuída a concessão- que nunca será por um período inferior a 15 anos- só o incumprimento do contrato poderá permitir ao PS ( se for governo em 2015…) rescindi-lo sem elevadíssimos custos para os contribuintes.
Não tenho dúvidas que o contrato de concessão ficará de tal forma blindado e a definição de serviço público será tão abrangente, que dificilmente um governo conseguirá encontrar argumentos para rescindir o contrato de concessão. Por outro lado, o PS também não explica como é que vai abrir a RTP 2. Com que pessoal? Com que meios? Quanto é que isso custa?
A declaração do PS deve, pois, ser encarada como uma “boutade”. Pouco consentânea com a mensagem de responsabilidade que Seguro constantemente invoca, para justificar a falta de combatividade do PS na oposição.
Ao contrário do que vem sendo habitual, o PS reagiu rápido mas foi inconsequente. Seria mais eficaz garantir aos portugueses que accionaria os meios legais ao seu alcance, apresentando no local próprio queixa contra o governo por gestão danosa, no caso de se vir a confirmar que o negócio lesa os interesses dos contribuintes.
Assim, limitou-se ( mais uma vez!) a empurrar o problema com a barriga.