Nos JO de Atenas (1896) uma figura entrou para a História, transformando-se quase num lenda. Refiro-me ao grego Spiridon Louis, vencedor da prova da maratona, que se tornou herói nacional.
A medalha por ele conquistada é a mais valiosa de sempre, tendo sido comprada em Abril deste ano num leilão, por 800 mil dólares. A compradora foi a fundação Stravos Niarchos, que está a construir um centro cultural em Atenas, onde a medalha ficará exposta.
Mas outras figuras da Maratona ( para além de Francisco Lázaro que referi em post anterior) ficaram na História Olímpica.
Em 1908, em Londres, Dorando Pietri entrou no estádio de White City quase a desfalecer e caiu várias vezes durante a última volta à pista. Acabou a prova ajudado pelos médicos e foi por isso desclassificado.
Em 1984, em Los Angeles, Gabriela Andersen Scheiss protagonizou uma cena dramática: a 200 metros do final de uma maratona ganha pela americana Joan Benoit ( uma das grandes rivais de Rosa Mota) a atleta suíça estava completamente desideratada e o penoso esforço de levar mais de 10 minutos a percorrer essa distância, foi observado com emoção por milhões de espectadores em todo o mundo. No estádio, os espectadores apaludiram-na com tal vigor, que mais parecia ter sido ela a vencedora, mas no ar ficaram muitas questões: até que ponto é legítimo deixar um atleta sofrer daquela maneira?
Embora de outra índole, nunca será esquecido o episódio vivido por Vanderlei Lima nos JO de Atenas em 2004.
A cinco quilómetros do final, o atleta brasileiro liderava a prova e tudo indicava que seria o vencedor da maratona, mas foi arrastado para fora da estrada e derrubado por um fanático religioso. Perseverante, Vanderlei Liam recompôs-se e, apesar do percalço, conseguiu cortar a meta em terceiro lugar.