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Foto da Net ( Notícias Grande Lisboa) |
Normalmente, quando regresso a Lisboa depois de um longo período, corro para o meu Rochedo e fico horas esquecidas a contemplar o mar.
Desta vez, foi diferente. Vinha com um mês de mar e aproveitei o fim de semana para me reencontrar com Lisboa. Não sei se foi um reencontro, ou uma despedida...mas em breve terei a resposta.
Não conheço melhor local para abraçar Lisboa do que o Castelo e foi por aí que comecei. Depois, desci as longas escadarias de Alfama até à Beira Tejo, com pausa para um
amuse bouche.
Acabei por desaguar no Terreiro do Paço, quando a Lua já banhava a cidade com a sua luz. Surpresa! Na ala nascente, em frente às despidas esplanadas do Páteo da Galé ( um projecto promissor que parece revelar-se um falhanço) nasceu um conjunto de esplanadas onde a animação assentou arraiais. Ainda não eram 11 da noite e estavam a regorgitar de gente que, enquanto jantava ou bebia apenas um copo, era presenteada com música ao vivo.
Sempre sonhei ver o Terreiro do Paço com aquela animação, mas confesso que já tinha perdido a esperança. Quando vi pessoas a dançar, animadas, no centro da praça, não queria acreditar que estava em Lisboa!
A custo consegui encontrar uma mesa numa esplanada onde uma banda tocava música dos anos 60, 70 e 80. Havia muitos turistas, mas também portugueses. Faltava pouco para as duas da manhã quando decidi regressar a casa mas, atraído pela curiosidade de ver uma discoteca no Terreiro do Paço que começava a animar-se, ainda dei uma espreitadela.
Regressei a casa apaixonado por uma cidade desconhecida e inesperadamente animada mas, nos meus ouvidos, bailavam ainda as palavras de um dos empregados da esplanada onde estive:
" Quando os turistas se forem embora, isto morre..."
É bem capaz de ter razão. Naquela noite, eram os turistas que animavam Lisboa e conseguiam contagiar os portugueses. Até quando?
Adenda: Se no sábado, antes de sair para (re) descobrir Lisboa, não tivesse lido este post, o mais provável era não ter feito esta descoberta. Por isso, muito obrigado, Rosa!