Eu sei que os romanos já conheciam o ar condicionado. Utilizavam uma técnica artesanal que consistia em fazer circular, nas paredes das casas, a água fresca dos aquedutos.
Porém, só em 1902 o ar condicionado moderno foi dado a conhecer ao mundo. O responsável pela invenção foi o americano Willis Carrier que, nesse ano, apresentou em Buffallo o primeiro aparelho que permitia o arrefecimento de ar por meio de serpentinas frias, por onde circulava água.
Refira-se que a invenção de Willis Carrier não teve desde logo aplicação nos lares. Era usado nas fábricas para regular a temperatura nos dias mais quentes e aumentar a produtividade dos trabalhadores. Só muito mais tarde viria a ser introduzido nos lares, tendo a sua massificação correspondido ao período de explosão da sociedade de consumo que se iniciou nos Estados Unidos nos anos 40 e em Portugal, depois do 25 de Abril.
Responsável por muitas das minhas alergias e pelo meu afastamento das salas de cinema, centros comerciais e outros lugares onde é usado para inverter as estações do ano, em termos climatéricos, o ar acondicionado não faz parte da minha lista de grandes invenções do século XX.
Nunca me senti confortável numa sala de cinema ou num restaurante onde tenha que vestir um agasalho no Verão para suportar as baixas temperaturas interiores, ou me tenha de despojar de agasalhos para aguentar o calor.
Em muitos países, estão reguladas por lei as temperaturas máximas(Inverno) e mínimas (Verão) a que deve obedecer o ar condicionado em locais públicos. Uma medida que apoio não só por questões de saúde, mas também ambientais.
A indústria também se tem preocupado com as questões ambientais, concebendo aparelhos cada vez mais sofisticados, quer em termos de eficiência energética, quer de impacto ambiental, reduzindo a emissão de CO2. No entanto, ainda está muito longe de produzir um aparelho que seja ambiental e energeticamente eficaz. E que evite alergias…
Por isso, continuo a preferir o método dos romanos. Mais amigo do ambiente e bastante eficaz. Mesmo no carro, onde raríssimas vezes utilizo o ar condicionado, porque prefiro a climatização natural.