Ainda sou do tempo em que só havia telefones fixos e um pedido para ter telefone em casa poderia demorar um ou dois anos a ser satisfeito. Todos os anos as listas telefónicas engrossavam e, a partir de determinada altura, surgiram as páginas amarelas destinadas a telefones comerciais. Vendedor das “Páginas amarelas” era na altura um bom negócio.
Os telemóveis vieram reduzir drasticamente o volume das listas telefónicas e as “Páginas Amarelas “ a edições de bolso, porque cada um faz a sua lista digital que está sempre à mão.
A floresta agradece. Os assinantes com último nome Leitão também, porque deixaram de receber telefonemas de adolescentes que, ao longo dos anos, lhes telefonavam fazendo perguntas idiotas:“ Está lá? É de casa do sr.Leitão?”
“Sim”
“Então diga lá. Quando é que chega a porco?”
As traquinices da adolescência também vitimizavam o sr. Zuzarte, último da lista,a quem se aconselhava a mudança de nome, ou a leitura da lista telefónica ao contrário, para passar a ser o primeiro.
Porque é que me lembrei disto?
Por causa desta história, que a maioria dos leitores do CR certamente ainda não conhece.