A União Europeia já padronizou o diâmetro dos tomates, a curvatura dos pepinos, o comprimento dos jaquinzinhos, as mamas de silicone, o tamanho das laranjas, o riscado das maçãs, a cubicagem do leite das vacas açorianas e o queijo da serra.
Já sem saber o que fazer para nos normalizar, decidiu agora proibir o consumo de ovos de galinhas engaioladas. É certo que quando visito um aviário saio de lá impressionado com a forma como são tratadas as galinhas mas, numa época de crise em que a fome alastra em todos os países europeus e as condições de vida se deterioram diariamente, não seria o momento ideal para aquela cambada de eurocratas inúteis se preocupar com a qualidade de vida dos cidadãos, em vez de nos carregar com medidas de austeridade que nos deixam à beira da asfixia?
É que esta medida galinácea teve como consequência imediata o aumento brutal ( a comunicação social fala em 60%) do preço dos ovos, a sua escassez no mercado, o encerramento de explorações com o consequente aumento do desemprego. Muitos produtores afirmam que agora há vantagem em importar os ovos dos Estados Unidos ( já estou a ouvir o Obama a rir-se com tanta generosidade da CE ), mas a resposta de Karolina Kotova, a eurocrata porta-voz da Unidade de Cidadãos e Orçamento ( que outra poderia ser?) respondeu que” o importante é a UE assegurar aos consumidores comida da mais alta qualidade”. Ingenuamente, ainda pensei que se tratasse de defender os direitos das galinhas, mas pelos vistos, enganei-me…
Sou, obviamente, a favor da defesa dos direitos dos animais, mas penso que é chegada a altura de alguém se preocupar, de igual modo, com o respeito pelos Direitos Humanos, constantemente espezinhados neste espaço europeu cada vez mais nauseabundo e a tresandar a totalitarismo, onde eurocratas néscios tomam medidas completamente desajustadas da realidade.
Entretanto,13 dos 27 países da União mandaram os eurocratas limpar o rabiosque à directiva, mas por cá somos bons alunos e vamos cumprir escrupulosamente as orientações de Bruxelas.
Já agora, permitam-me uma sugestão: porque não proíbem a circulação de coelhos em todo o espaço europeu? Pelo menos aqui em Portugal ficaríamos a ganhar.