Desta vez resultado foi diferente e a Taça de Portugal foi para Coimbra. Mas, apesar da diferença no resultado, houve muitas semelhanças entre esta e a final de 1969.
A começar nas tarjas exibidas pelas claques da Briosa ( ver post anterior) e a terminar nas ausências.
Em 1969, Marcelo Caetano e Américo Tomás não marcaram presença no Jamor, porque tiveram medo de enfrentar os apupos. Este ano, Cavaco Silva pirou-se prudentemente para Timor e Passos de Coelho foi para os Estados Unidos. Segundo me confidenciou fonte próxima de S. Bento, foi ver Chicaga!
Não sei se o chefe da PIDE esteve presente no Jamor em 1969, mas este ano lá tivemos o Relvas, que não se coíbe de ameaçar jornalistas.
A falta de coragem une o Estado Novo a este governo que não se assume como fascista, mas se comporta como tal, violando diariamente a Constituição, desprezando o povo, humilhando os trabalhadores , tentando sufocar os sindicatos e traindo o país.
O futuro do país é incerto, mas a última coisa a perder é a esperança.Em 1969 era um jovem e chorei com a derrota da Académica, porque a derrota me tirou a esperança. Muitos jovens, hoje, celebrarão a vitória da Briosa como um sinal de esperança
Eu sei que alguns leitores acham que misturar futebol com política é próprio de mentes pouco esclarecidas. Como a minha, certamente… Mas a história está cheia de exemplos de governos derrubados por causa do desporto, sabiam?
Um dia escreverei sobre isso. Agora vou celebrar a vitória da Briosa e manter viva a chama da esperança. Em breve, estarei a comer coelho no churrasco.
Adenda: ontem a reunião do G8 foi interrompida, para que os líderes dos países mais poderosos do mundo vissem a final da Liga dos Campeões.
Hoje, mais de 70 mil néscios e analfabetos saíram às ruas de Londres para receber em delírio o campeão europeu Chelsea.
Em 1969 estive lá. Hoje, não porque não sabia por qual dos "contendores" haveria de "torcer". Venceu a Académica, Viva a Académica! De alguma forma, foi reposta a justiça.
ResponderEliminarAh Ganda Briosa!!!
ResponderEliminarA politica sempre andou misturada. A resistência à prepotência, teve vezes e são históricas, conforme referiu. E bem!
ResponderEliminarQuando um estádio passa a ser um lugar onde se esperam sinais é porque desapareceu qualquer nesga de Democracia e os espaços que são os talhados para a Democracia se manifestar deixaram de ser relevantes. A outra hipótese: A Democracia realmente não deixou de haver, a malta é que se está nas tintas para ela, já não conta e a revolta passou a preencher outros espaços...
Carlos,
ResponderEliminarÉ de tradição (boa) da Académica, aproveitar estas ocasiões para, não só festejar, como também protestar.
E essa irreverência não morre, não desparece.
Boa semana!!
Sou sportinguista sem cartão passado...mas gostei desta vitória!
ResponderEliminarEspero que os rapazes e as raparigas de Coimbra, já fora do futebol, façam alguma coisa com ela!
Eu só não dei pinotes porque tenho um lagarto em casa, ahahah:))
ResponderEliminarEu também lá estive em 69 e pela única vez na minha vida teria gostado que o Benfica tivesse perdido.
ResponderEliminarO ambiente era de cortar à faca...
«A falta de coragem une o Estado Novo a este governo que não se assume como fascista»
ResponderEliminarDiscordo completamente deste pensamento. É Errado dizer que o Estado Novo era um regime fascista, seria quanto muito um regime autoritário ou uma ditadura, mas fascista!? Fascismo só existiu em Itália, por isso escusado será dizer que o actual governo não é um governo fascista.
«Eu sei que alguns leitores acham que misturar futebol com política é próprio de mentes pouco esclarecidas».
Não vou tão longe, mas é quase o mesmo que misturar alhos com bugalhos, uma coisa tem pouco ou nada a ver com a outra.
«Mas a história está cheia de exemplos de governos derrubados por causa do desporto, sabiam?»
Não, não sabia. Gostava de ter pelo menos um exemplo disso.