Subir a Alameda, virar à direita em direcção à Praça de Londres e apanhar pela frente com uma ambulância do INEM em contramão. Felizmente vinha devagar e a jovem condutora loira desatou à gargalhada com o susto que me pregou e obrigou a fazer uma manobra perigosa, para evitar o embate de frente.
E por que raio vinha a jovem condutora em contramão? Transportava algum doente em estado crítico? Ia socorrer alguém? O trânsito era intenso? Nada disso. O sinal para ela estava vermelho e não lhe apeteceu esperar, porque estava em fim de turno e ainda tinha de fazer as rabanadas para a ceia de Natal.
Apeteceu-me oferecer-lhe duas lamparinas mas, como era Natal, desejei-lhe Festas Felizes e que pela noite tivesse a honra de transportar ao hospital um doente muito especial, com uma espinha de bacalhau atravessada na garganta.