
Já se sabia há muito que todo aquele folclore na Madeira, pago pelos contribuintes do continente, escondia debaixo das vistosas roupagens, lingerie esburacada.Isso não impediu Cavaco e Ferreira Leite de enaltecerem repetidas vezes a gestão do líder madeirense.
Jaime Gama, num dos mais patéticos discursos que alguma vez ouvi a um dirigente do PS, também não se coibiu de tecer rasgados elogios a AJJ.
Agora, que o Banco de Portugal e o INE vieram confirmar aquilo que o Tribunal de Contas há muito deixara perceber, fica finalmente claro que AJJ é um trapaceiro.
Eu já tinha aventado aqui a forte probabilidade de o saque feito ao 13º mês iria servir para apagar as estroinices do Rei do Carnaval.Espero que Cavaco Silva, tão calado nos últimos tempos, tenha o decoro de fazer uma declaração ao país, penitenciando-se por ter alimentado durante décadas ( enquanto primeiro-ministro e PR) o regabofe madeirense.
Quanto ao PM, apanhado pela notícia durante mais uma “tournée” europeia, só tem uma saída: tirar a confiança política a AJJ, recusar-se a pôr os pés na Madeira durante a campanha eleitoral e adoptar um plano de emergência para a RAM.
Receio, porém, que nada disto venha a acontecer e Coelho não só se disponha a servir de acólito em mais uma entronização do “tapa buracos” madeirense, mas também faça recair sobre os contribuintes portugueses os custos dos desvarios de Alberto João Jardim, fazendo-nos pagar a crise em dose dupla. ( Lembro que as contas da Madeira são responsáveis pelo agravamento, no mínimo, de o,6% do PIB)
Uma coisa é certa: Coelho está entalado e a forma como lidar com este caso poderá condicionar o seu futuro político e a saúde da coligação. Paulo Portas não perderá esta oportunidade para somar alguns trunfos na luta surda que mantém com o PM, depois da nomeação de Braga de Macedo e do esvaziamento dos seus poderes como MNE.
O silêncio das sentinelas lambideiras do Relvas é elucidativo. O chefe está no Brasil e devido à diferença dos fusos horários ainda não deu instruções sobre o que deviam escrever.