
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Noites de cinema

Uff! Que alívio...
Contagem decrescente...

Menos ambicioso, Nuno Crato, o génio da ciência, garantia que se um dia fosse ministro da educação, a sua primeira obra seria "fazer implodir o ministério".
O regresso do "trinca-bilhetes"

Muitos leitores se lembrarão do tempo em que havia revisores nos eléctricos e autocarros. Nessa época não havia passes sociais. Isso foi uma conquista de Abril.Comprava-se um bilhete para cada viagem ( ver imagem) que era validado por um revisor a quem, no meu tempo de estudante, chamávamos “trinca-bilhetes”, porque fazia um furo com uma máquina que inutilizava o bilhete ( nessa época ainda não se sabia o que era um “títulos de transporte”).
Nos meus tempos de estudante, um dos passatempos favoritos era fugir do “trinca-bilhetes” durante o percurso, de modo a poder aproveitar o bilhete para uma outra viagem. Assim que ouvíamos o ruído da maquineta com que ele os inutilizava, passávamos a palavra e começávamos a movimentar-nos discretamente para a retaguarda do eléctrico.
A tarefa era facilitada nos eléctricos com atrelado, mas nem sempre a fuga dava para concluir a viagem e, por isso, não raras vezes éramos obrigados a saltar do eléctrico em andamento ou, resignadamente, submeter o bilhete à indignidade da inutilização.
Lembrei-me dos “trinca-bilhetes” , quando li a entrevista de Passos Coelho ao El País, em que ele também nos fala de bilhetes que nos conduzirão à saída da crise.
Comecei a pensar que a única fuga possível a este novo “trinca-bilhetes” é mesmo emigrar e senti saudades do tempo em que saltar do eléctrico em andamento era- apesar de arriscada- uma solução bem mais fácil do que a proposta deste governo para nos deixar seguir viagem rumo ao futuro. É que com a mesma indiferença com que o "trinca " inutilizava os bilhetes, Passos está a trincar pedaços de vida aos portugueses, inutilizando os seus esforços de sobrevivência digna.
Assim se fala em bom português (1)
