terça-feira, 16 de agosto de 2011
Mudam-se os tempos...
"A Filha do Lavrador"
Há cerca de dois meses o ex-marido morreu. Meio vagabundo, sem eira nem beira, cozendo as bebedeiras num terreno próximo da Av dos Combatentes, onde pernoitava, fora enjeitado pelos filhos de um segundo casamento. Sem família que dele quisesse saber, o seu destino seria, pois, um enterro em vala comum, mas a Filha do Lavrador, dele separada há 51 anos, deu outro rumo à história. Sabendo da morte do pai do seu único filho, ela mesmo tomou todas as providências para que tivesse um funeral condigno e fosse enterrado em campa rasa.
“É o pai do meu filho, nunca iria permitir que fosse enterrado como um animal”- terá confidenciado às amigas, a quem convocou para lhe prestarem uma última homenagem.
(Escrevo este post no comboio, de regresso a Lisboa. Depois de terminar dou uma vista de olhos pelos jornais on line. Fico a saber, pelo Ferreira Fernandes, que abriu ontem em Londres a exposição Museu das Relações Quebradas. A Filha do Lavrador poderia, sem dúvida, dar um belo contributo...)
Como um castelo de cartas

Momentos mais tarde, outro desmoronamento. Vou à janela e vislumbro, na noite escura onde a Lua já não brilha, a queda abrupta dos paradigmas da sociedade de consumo. Na rua, descalços, exércitos de endividados vítimas dos ilusionistas que lhes prometiam o dinheiro fácil de que necessitam para comprar o paraíso, falam ao telemóvel e olham, com ar compungido, para os automóveis de luxo cujas prestações já não têm dinheiro para pagar. Televisores de plasma saem das janelas, mostrando ao mundo o holocausto da sociedade do faz de conta.
Na sala de cinema em frente ao hotel onde estou hospedado, um enorme cartaz anuncia a estreia do mais recente filme dos Irmãos Lehmann, com produção da AIG:A Crise.
Em exibição numa sala perto de si. Em sessões contínuas, para mais tarde recordar.É que dentro de alguns anos a cena vai repetir-se, mas provavelmente já ninguém se vai lembrar.
As praias da vida dos outros (16)
A Teté conduz-nos numa viagem por algumas praias de Portugal. Começa bem a norte, com uma praia belíssima e acaba a sul, na praia da vida dela, que em alguns momentos também foi minha, ainda que por lá andasse a trabalhar em Janeiro... Sem terem de pagar portagens, acompanhem a Teté na sua viagem por algumas das belas praias portuguesas.
Desemprego diminui, com Relvas a controlar o INE
Porque será?
Sucessos de Verão (24)
