
Durante 10 dias, o primeiro-ministro deixou que pairasse a dúvida sobre a frase “desvio colossal”. Permitiu que o pasquim oficial da S. Caetano desse força à tese que circulava sobre o desvio das contas divulgadas pelo governo anterior. Perante as perguntas dos jornalistas, escusou-se a esclarecer o sentido da sua frase.
Finalmente, as televisões divulgaram o vídeo onde aparece a frase contextualizada. Se um qualquer cidadão actuasse da mesma forma, eu chamar-lhe-ia escroque. No caso de se tratar de um primeiro-ministro o epíteto deveria ser outro, mas fui educado com bons princípios, por isso abstenho-me de pronunciar aqui a palavra que qualifica o comportamento do primeiro-ministro e peço aos meus leitores que também não o façam. No entanto, fico com uma dúvida: como o vídeo só apareceu 10 dias depois ( exactamente no dia em que PPC foi a Bruxelas) pode tratar-se de uma gravação feita a posteriori e a pedido... É uma interpretação sinistra? Talvez… mas eu já vi um porco a andar de bicicleta!