O país anda em alvoroço, só porque Catroga disse na SIC-N que os jornalistas andavam a discutir pentelhos. Este país de virgens ofendidas desvanece-me.
O país também se indignou muito com os corninhos de Manuel Pinho na AR; com José Lello por ter dito que o PR é foleiro e outras minudências que não aquecem nem arrefecem. Uns idiotas andam indignados com um progama de paródia aos reality shows em exibição na RTP.
Não se indigna, no entanto o povo, nem a comunicação socila, quando Catroga chama Hitler a Sócrates, apesar de essa mesma comunicação social ter feito eco indignado das palavras de Jaime Gama, quando chamou Bokassa ao ilusionista da Madeira. E isso diz muito sobre o povo que somos e a comunicação social que temos.
Este país só não se indigna com a situação do país, caso contrário no dia 5 de Junho expressaria nas urnas, através do voto, o seu mal estar pelo estado a que chegámos e aplicaria o devido correctivo aos culpados.
Basta ler a imprensa diária, ou ver os jornais televisivos das 20 horas, para perceber que Catroga tem razão. A comunicação social não dá notícias. Faz chicana política, inventa notícias e desvia a atenção dos portugueses para os pormenores em vez de os ajudar a perceber o essencial.
Se Catroga tivesse usado a expressão minudências, em vez de pentelhos, a entrevista de Catroga à SIC-N teria passado despercebida. Mas como muitos jornalistas preferem pentelhos a notícias e cultivam o insulto, a calúnia e a má língua ( se calhar as más línguas de alguns jornalistas andam enredadas em pentelhos) como uma nova forma de fazer jornalismo, agarraram-se aos pentelhos de Catroga (salvo seja…) e adormeceram tranquilos, porque já tinham justificado o salário ao fim do mês.
Aviso: Não pense, Dr Catroga, que este post me impede de o colocar na minha caderneta de cromos. Na terça-feira passará a integrar o rol alargado de personalidades que eu gostaria de ver banidas da vida política portuguesa.