Chegam-me notícias de que a ajuda financeira a Portugal vai implicar, no essencial, a aplicação das medidas previstas no PEC IV. Aliviadas, porque a redução do défice para os 3 por cento foi adiada para 2013. Eh pá, não acredito! Então os jornais não passaram a última semana a anunciar o holocausto? Cortes nos salários dos funcionários públicos, pagamento do 13º mês e do subsídio de férias em títulos de dívida, cortes nas pensões dos reformados, despedimentos à fartazana, anunciados como garantidos e era tudo mentira?No meu tempo os jornais não inventavam... Criar falsas notícias para vender jornais seria uma forma abjecta de fazer jornalismo. Por isso, não acredito que Sócrates tenha dito aos portugueses o que me garantiam que ele disse. O mensageiro omitiu-me a parte má, mas já lhe pedi que não me trouxesse essas notícias. Só quero conhecê-las quando regressar a Lisboa. Até lá, deixem-me acreditar que só há notícias boas e que o acordo com a troika não é pior do que o PEC IV.
Entretanto, asseguram-me que o PSD está muito satisfeito e considera que o sucesso das negociações foi vitória sua. Há aqui qualquer coisa que não bate certo…
Então PPC não dizia que chumbara o PEC, porque as medidas eram insuficientes? Como se compreende que rejubile com umas negociações que contrariam aquilo que defendia?Se as notícias que me chegam fossem verídicas, como é que o PSD iria explicar aos portugueses o chumbo do PEC?
Das duas uma: ou despeço o mensageiro ou, quando regressar a Lisboa, vou à São Caetano chamar aldrabão a Pedro Passos Coelho. Talvez o apanhe no meio de uma reunião com jornalistas disfarçados de bloggers e fique a perceber como é que aparecem tantas notícias falsas nos jornais, apresentadas como "garantidamente verdadeiras". Será que os jornalistas vão denunciar as fontes que lhe impingiram tanta mentira? Eu denunciava.