A entrevista de Pedro Passos Coelho ao DN é de uma vacuidade confrangedora e de uma hipocrisia de vómito. Nada que me surpreenda. Não deixa porém de ser preocupante constatar a mesquinhez de PPC, ansioso pela entrada do FMI em Portugal, apesar de afirmar o contrário.
Não se percebe, também, onde PPC vai buscar argumentos para afirmar que se o FMI entrar em Portugal, como ele deseja, terá de haver eleições. Nem na Grécia, nem na Irlanda isso aconteceu, porque deveria haver eleições em Portugal? Mas ele lá sabe as conversas que terá tido com Cavaco e os amigos alemães sobre a matéria... ( Já repararam como PPC gosta de dar entrevistas à imprensa alemã?)
O que ressalta da entrevista é que PPC se sentirá mais confortável em governar o país, tendo o FMI como aliado, do que chegar ao poder sem esse estofo. Compreende-se. PPC não tem uma ideia para o país, pelo que será cómodo governar com a almofada que lhe permita invocar constantemente as imposições do FMI, para tomar medidas que agradem aos mercados, a Berlim e Paris e conduzam o povo português a uma situação insustentável.
A verdade, porém, é que com PPC no poder, a revolta social aumentará e o país atravessará um período conturbado. O líder laranja não está minimamente preocupado com isso. Em um ou dois anos desempenhará com distinção o papel de mandatário de Merkel e Sarkozy e, depois, verá os seus serviços recompensados com um lugar de destaque na Europa. O exemplo de Durão Barroso criou nas hostes laranjas uma nova filosofia: servir os interesses de estrangeiros, para ter direito a um lugar na Europa. É só isso que move PPC.
Adenda:Entretanto, alguns blogueiros "independentes" mostram-se nervosos com a reacção de Cavaco.