
terça-feira, 3 de agosto de 2010
O palhaço homofóbico foi ao circo

O que eles querem, já a mim me esqueceu
Imagens da nossa memória (3)

Imagem anterior: Pião
Etiqueta nos transportes públicos

Provavelmente com o intuito de despertar o mimetismo tuga, as empresas pediram a duas figuras do "jet set" que dessem elas próprias os seus conselhos. Não acredito que Vicky Fernandes e Paula Bobone andem de transportes públicos, mas respiguei alguns dos seus conselhos e fiz os meus comentários (a bold)
Vicky Fernandes
As pessoas devem esperar pela sua vez na fila para entrar no transporte. ( Querias! É tudo ao molho e fé em Deus, com meia dúzia de cotoveladas e algumas caneladas pelo meio)
Lugares reservados
Os passageiros têm de respeitar os lugares reservados a pessoas idosas, grávidas, com crianças ao colo ou outras limitações. ( Era uma boa ideia, era, mas ainda um destes dias me levantei do lugar - não reservado- para dar o lugar a uma senhora acompanhada por uma criança dos seus 12 anos e quem se sentou no lugar foi a catraia)
Ocupar o nosso lugar
Temos de nos restringir ao nosso espaço, sem ocupar mais do que o nosso lugar . ( Para isso era necessário que as mulheres reduzissem o tamanho das suas carteiras e os homens não trouxessem mochila às costas)
Falar baixo ao telefone
Pode-se atender o telemóvel, mas sem falar muito alto para não incomodar as outras pessoas, porque o transporte público é um espaço de partilha com os outros. ( Também me parece ajuizado mas, infelizmente, muitas vezes tenho de ficar a saber o que é o jantar num lar de Odivelas ou a ouvir as queixas de uma discussão entre cônjuges ou namorados)
Paula Bobone
Crianças caladinhas
Quando se viaja com crianças, deve-se ensiná-las a ir caladinhas, sem fazer barulho, e sossegadas para não incomodarem as outras pessoas. ( Eh, eh, eh! Só contaram p'ra você!Já agora, que tal pedir aos adolescentes equipados com MP 3 que baixem o volume de som, para o vizinho não ter de ficar a saber que o tipo é um EMO?)
Pés fora dos bancos
Deve-se habituar as crianças a não pôr os pés em cima dos bancos e ensiná-las a ceder o lugar às pessoas mais velhas. ( Ver um adolescente sem as patorras em cima do banco da frente é mais difícil do que arranjar consulta na Caixa)
Manter distância
As pessoas devem manter alguma distância entre elas. ( Nunca andou nos transportes públicos em hora de ponta, pois não?)
Evitar peixeirada
Quando se gera uma discussão, as outras pessoas devem manter-se caladas, senão cria-se uma "peixeirada" que pode causar mais desacatos. ( Caladas? Então e o espírito crítico e interventivo do bom povo português?)
Já agora, aqui fica também um conselho meu: quando alguém reclamar um daqueles lugares reservados, os jovens que os vão a ocupar não devem ficar à espera que sejam os mais velhos a ceder o lugar. Perceberam, ou precisam de um desenho?
O Verão segundo Saramago
Depois convidou-nos a participar numa iniciativa que, juntamente com outra blogger, vai levar a cabo nas próximas semanas: divulgar textos ou pensamentos do prémio Nobel nos nosso blogs. O objectivo é vencer o silenciamento e a omissão que se instalou em Portugal depois da morte de Saramago.
Aqui estou a responder aos desafios e a convidar-vos a participar na homenagem da blogosfera a José Saramago.
Confesso que hesitei muito, antes de escolher o texto. Ou melhor, um excerto. Finalmente, quando peguei nas suas crónicas compiladas no livro "Deste Mundo e do Outro", decidi-me por um excerto de uma crónica intitulada Verão. Apenas porque tem a ver com a época que estamos a viver.Espero que gostem e, nos vossos blogs, dêem continuidade a esta homenagem que o Rogério nos propõe. Usando as suas palavras : interpretem isto como um apelo, uma sugestão, ou um imperativo de consciência. Pouco importa. O importante, é mesmo manter viva a memória de Saramago.
VERÃO