
Tínhamos as nossas desavenças, é verdade, mas eu já me tinha afeiçoado ao Sebastião. Gostava de voar de asa dada com ele ao domingo, de lhe ouvir a homilia dominical sobre o ambiente,enquanto debicávamos qualquer coisa no parapeito de uma janela e algumas histórias muito curiosas que ele contava quando descansávamos nos ramos de uma árvore.
Ando um bocadinho murcha e triste. Sei que não tenho justa causa para isso, mas não acham que é uma razão atendível ? Se não tiverem opinião formada sobre isso, o Pedrinho da Laranja Mecânica explica-vos. Adiante, que não foi para vos falar de política que vim aqui hoje , mas sim para vos inteirar das razões atendíveis da minha ausência que, apesar de tudo, não me impediram de continuar a frequentar o jet set.
Ainda no último fim de semana voei até ao Alentejo para ir ao casamento do Ricardo Pereira com a Chiquinha Pinto Ribeiro e nem tive coragem para escrever sobre aquilo, tantas foram as saudades que senti do Sebastião. Eu sei que aquilo não foi bem um casamento à moda antiga, com noiva de vestido branco, grinalda e flor de laranjeira, porque os miúdos já viviam juntos há um ror de tempo, mas foi uma festa lindíssima. Estava mais gente do que num comício do Defensor de Moura, aquele tipo que já foi presidente da Câmara de Viana do Castelo e agora decidiu candidatar-se à presidência da República . (Deve pensar que a diferença entre ser PR e presidente da Câmara, é a vantagem de ter um gabinete muito maior).
Bem, mas para além daquele jet set todo reunido- mais de 400 pessoas- o que mais gostei foi da ideia de cada um dos nubentes ter seis padrinhos. Ainda dizem por aí que há crise! Nem o pai da noiva- que desembolsou 150 mil euros para a cerimónia - se queixava, de tão feliz que estava. Este casal, além de simpático, tem as mãos largas. Como convidaram muitos amigos brasileiros que não puderam vir, de que é que se lembraram? Fazer outra festa de casamento no Rio de Janeiro em Setembro, só para os amigos brasileiros. Só, quer dizer… eu também vou lá estar. E- quem sabe- não vou e fico por lá como o Sebastião? Poderá não ser por justa causa mas, acreditem, é por uma razão atendível.