Rui Pedro Soares foi apontado na comunicação social como o barço armado de uma conspiração do governo para acabar com a liberdade de expressão em Portugal. Não sei se a sentença decretada pela comunicação social- particularmente pelo Sol- arruinando-o como pessoa, destruindo-lhe a carreira e enxovalhando o seu nome em praça pública será confirmada pelos tribunais. Isso até pode acontecer para gáudio de uma certa comunicação social, freneticamente apoiada por um grupo de blogueiros que não se cansaram de fazer chacota e lançar o anátema sobre Rui Pedro Soares.
Não conheço o homem de lado nenhum, não o defendo nem lincho, com base em notícias de jornais. Nem mesmo quando um semanário, violando o segredo da justiça e uma providência cautelar, publicou escutas telefónicas descontextualizadas. Não duvido é que Rui Pedro Soares - independentemente das culpas que tenha no cartório- foi apanhado por uma fúria da comunicação social que, empenhada em destruir Sócrates a qualquer preço, o exibiu em praça pública como troféu de caça.
Sabe-se agora que o preço vai ser elevado. Além das pesadas coimas aplicadas a vários jornalistas e ao director do Sol, a sociedade proprietária do jornal foi condenada a pagar indemnizações de 1 milhão e meio de euros a Rui Pedro Soares e ao Estado.
José António Saraiva, director do jornal, disse à Lusa acreditar na capacidade financeira para pagar a indemnização ( não pode haver mais recursos da sentença). No entanto, se não tiver , Rui Pedro Soares já veio dizer que está disposto a ficar com o jornal como forma de pagamento.
Não deixaria de ter graça esta "vingança do chinês". Não só pela história mas - principalmente- pelos jogos de cintura que alguns jornalistas blogueiros terão de ensaiar para evitar cair nas más graças do "novo patrão da comunicação social".
Infelizmente, no meio disto tudo, quem sai a perder é o jornalismo. Uma vez mais.