quarta-feira, 14 de julho de 2010
Atlas dos grunhos

Numa verdadeira demonstração do espírito grunho que os invadiu como uma torrente de lava vulcânica, os vereadores do PSD e do CDS da Câmara Municipal do Porto recusaram a proposta do vereador Rui Sá, da CDU, para a atribuição do nome de uma rua da cidade a José Saramago. O executivo portuense não perde uma oportunidade para demonstrar que é retrógrado, sectário e provinciano.
Entristece-me que tudo isto se passe no Porto, minha cidade natal. Nos últimos tempos, a Invicta tem sido palco de desvelos persecutórios que me envergonham, mas explicam o retrocesso que tem experimentado, a vários níveis, desde que Rui Rio assumiu a presidência da autarquia.
Os vereadores do PSD e do CDS envergonham a cidade e denigrem a sua imagem, colando-a à de Rui Rio, cujo Atlas se traça em poucas palavras :
Cultura- É como um deserto. Árido nas ideias, destrói qualquer tentativa de vida à sua volta. Tem também o seu oásis. Pequenino e ridículo, é feito de corridas de automóveis. O seu grande orgulho em matéria que apelida de cultural ( não estou a brincar, ele disse mesmo isso numa entrevista...) é a realização de uma provinciana corrida de automóveis antigos que , anualmente, leva o caos à cidade.
Cultura- É como um deserto. Árido nas ideias, destrói qualquer tentativa de vida à sua volta. Tem também o seu oásis. Pequenino e ridículo, é feito de corridas de automóveis. O seu grande orgulho em matéria que apelida de cultural ( não estou a brincar, ele disse mesmo isso numa entrevista...) é a realização de uma provinciana corrida de automóveis antigos que , anualmente, leva o caos à cidade.
Inteligência-É como a Amazónia. Uma vez que se entra lá dentro, não se vê nada para o exterior.
Originalidade- Hesito em classificá-lo como um cubo de gelo no Árctico, ou como um nenúfar sobre um pântano. Acho mesmo que tem as duas vertentes. Tanto passa despercebido como o cubo de gelo no Árctico, como se mascara de nenúfar para esconder o pântano de ideias em que se move.
Relações pessoais- É como uma beata mal apagada num pinhal, numa tarde quente de Verão. A qualquer momento pode atear um incêndio.
Relação com a cidade do Porto- Como não se lhe conhecem nenhumas, que tal um “buraco negro”?
Quando é que os portuenses deixarão de votar em autarcas que cobrem a cidade de ridículo?
A crise tem costas largas...

...Serve para justificar despedimentos, redução de salários, atropelo das regras democráticas, favorecimento dos poderosos, aumento dos impostos, do desemprego e da idade da reforma, redução de regalias sociais, falências fraudulentas, extinção do Serviço Nacional de Saúde, privatizações ruinosas ou o aumento da violência urbana.
Nunca me passou pela moleirinha é que a crise também servisse de pretexto para justificar o aumento da violência doméstica contra as mulheres. Pensava eu, na minha inocência, que a explicação residia na perda de valores, na falta de civismo e no recrudescimento de uma sociedade machista e conservadora, onde a igualdade entre homens e mulheres faz o seu caminho a passo de caracol.
O coordenador da Campanha contra a Violência Doméstica, o deputado do PSD Mendes Bota, fez no entanto questão em esclarecer-me que quando um homem bate numa mulher até à morte, a culpa é da crise. Ou seja: das agências de rating, da agiotagem dos bancos, das políticas neo-liberais , da desigualdade na distribuição de riqueza e de uma globalização disfuncional que em vez de contribuir para a diminuição das injustiças e das desigualdades, as tem agravado.
Mendes Bota é capaz de ter alguma razão, mas não seria mais lógico que a campanha fosse coordenada por uma deputada?
Postais de férias (1)

Já chegou o primeiro postal. Um belíssimo exemplar, por sinal... Foi enviado da Alemanha e nele se fala sobre a cidade de Dresden, onde nunca estive, mas que fiquei com vontade de conhecer depois de ler as preciosas informações que a Teresa Hoffbauer escreveu no postal
Obrigado, amiga, e boas férias!
Pelo país dos blogs (56)
"A direita está incomodada com o nacionalismo que terá tomado conta da esquerda portuguesa e de José Sócrates que, como se sabe, não é senhor para grandes convicções ideológicas, sejam elas de esquerda, de direita ou de qualquer outra natureza".
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