
Não raras vezes, a mensagem de responsabilidade social e compromisso com a sustentabilidade que as empresas procuram passar aos consumidores é uma mera operação de cosmética que não corresponde à realidade e ilude os consumidores.Publicar anualmente um relatório de sustentabilidade pode não passar de uma operação de marketing.Poderia citar alguns exemplos de empresas cujas práticas não correspondem ao compromisso ecológico que assumem perante os consumidores. Limito-me, porém, a relatar um caso ocorrido há dias num centro comercial Dolce Vita.
No intuito de enaltecer a sua política de sustentabilidade, a empresa divulgou em Março, no seu site, os seguintes dados:
"Nos últimos 4 anos os Dolce Vita reduziram em 42,5% o consumo de água por convidado.
Nos últimos 4 anos os Dolce Vita reduziram em 41,4% o consumo de energia por convidado.
Nos últimos 4 anos os Dolce Vita aumentaram em 54,1% a taxa de reciclagem de resíduos".
Não ponho em causa a veracidade destes dados, mas quando há dias entrei no Dolce Vita Monumental para comprar uma pilha e, na loja onde a adquiri pedi um pilhão para colocar a pilha gasta, responderam-me que não tinham e no centro comercial não havia nenhum.
Perante isto gostaria apenas de dizer à empresa ( e fiz-lhe chegar esta opinião por escrito) que há gestos extremamente simples que podem marcar a diferença. Se o Dolce Vita não quer colocar um pilhão em cada um dos seus centros comerciais, devia pelo menos exigir aos lojistas que vendem pilhas, que tivessem um daqueles minúsculos pilhões de cartão, igual ao dos consumidores domésticos ( foto).
Por vezes, não são as grandes acções de encher o olho as mais importantes. Basta um pequeno gesto para ser amigo do ambiente garantir o compromisso com a sustentabilidade. No Dolce Vita tinham obrigação de saber isso.
Este exemplo aplica-se também a cada um de nós. Os pequenos gestos individuais são um grande contributo para uma alteração no comportamento ecológico a nível global.