
À porta da “Paris em Lisboa” encontro uma amiga, com quem fiquei a cavaquear ( donde me saiu esta palavra? Isto não augura nada de bom para o resto do post!) durante alguns minutos. Estávamos em processo de despedida, quando passa por mim um casal . O rosto dela parece-me familiar. Olho discretamente, protegido pelos óculos escuros, logo um neurónio me lança o alerta. “É Ela, vai lá cumprimentá-La!
“Será ? Não estarás tu, neurónio que me alertas, atacado por Alzheimer ou por alguma dioxina importada da Irlanda? Ainda ontem comi carne de porco e não lhe pedi a morada, pode bem ser que me estejas a enganar… não confio nada em ti! "E continuei a conversa…
Quando me despedi da minha amiga o neurónio voltou ao ataque. “Já te disse que é Ela. Confia em mim, que estou são como um pêro!
Incitado por esta manifestação de confiança do meu neurónio, decidi descer a Rua Garrett para confirmar. Vislumbro, a escassos metros, aquele mesmo rosto, de máquina fotográfica em riste. Ao aproximar-me da GARDÉNIA, ia sendo apanhado pela objectiva. Felizmente, Ela deu um passo atrás para procurar um melhor ângulo, descobrindo totalmente o rosto. Parei, num gesto que Ela terá interpretado como sendo de boa educação. Era. Mas não só. Queria aproveitar a oportunidade para me certificar.
Os restantes neurónios desataram numa gritaria. “É mesmo Ela! Vá lá, cumprimenta-A!”
"Vocês estão mas é todos combinados, cambada de delinquentes! Onde é que está o saco azul?- vociferei em voz baixa.
Ela disparou a fotografia, deixando de novo o rosto descoberto, e lançou-me um sorriso de agradecimento. Foi então que pôs os óculos. Agora tinha a certeza, mas os meus neurónios desta vez foram lentos a reagir. Quando esbocei o gesto de lhe dirigir a palavra, já Ela se tinha posto a milhas chamando pela filha, cujo nome eu conhecia. Não restavam dúvidas. Era Ela.
Continuei a descer a rua perguntando-me:
-Afinal, porque é que Ela não me cumprimentou? Fingiu que não me conhecia, só pode…. Como se não tivesse visto a minha fotografia aqui no CR! E até não estou muito diferente, só tenho a barba branca, porque estamos no Natal. Bastava-lhe imaginar-me de barba branca e tirava-me logo pela pinta!
Continuei o meu caminho e decidi "desculpá-la". Afinal, os meus neurónios também tiveram o seu quinhão de culpa, por se terem envergonhado na hora errada. Entram em alvoroço a mandar-me alertas, mas quando é preciso acção, os cobardolas entram em pânico!
Quando cheguei a casa, perguntei-lhe se as fotografias tinham ficado boas.
Esta é a minha história. Se quiserem ler a outra versão, vejam o post que Ela escreveu AQUI (vá lá, é só fazer click!)
Já lá deixei a minha versão, a verdadeira, pelo que, já não precisa de esconder as suas intenções para me proteger.
ResponderEliminarEu já assumi todas as responsabilidades e revelei a sua dedicação imensa ao jornalismo de investigação. É só ir lá ver....
rsrsrsrs
Já ca tinha vindo à procura desta versão da história :-)
ResponderEliminarÉ mesmo assim, o Chiado, um lugar de encontros e desencontros... deve ser também por isso que o adoro!
Que engraçado. Uma história de Lisboa, cheia de encontros e desencontros.
ResponderEliminarCom que então 'alto e elegante daqueles que ficam bem ao Chiado'?!!
ResponderEliminarHistória deliciosa:)
Uma delicia .
ResponderEliminarO encontro , a descrição que cada um faz .
Um encontro digno do Chiado e da Gardénia e claro reflete bem o discreto e elegante charme dos dois:)
p.s:- deixei o mesmo comentário no Ares , doutro modo não podia ser.
Os nossos neurónios raramente falham, pena que tenha faltado o click para tornar o encontro perfeito, como vão ser as nossas reacções aquando do nosso primeiro encontro da vizinhança? caso não tenham percebido ,os dois, está chegada a hora de nos conhecermos, para evitar estes encontros mais ou menos desencontrados.
ResponderEliminarDeixo cópia de parte do comentário que deixei no blog da Presidente.Abraço
"Esta linda "história" vem de encontro à minha reflexão sobre o anonimato na blogosfera e a importância da palavra,que hoje está no vilaforte.Sim,Gostaria muito de vos conhecer a todos pessoalmente, mas as vossas palavras são o mais importante.É bom ser vosso vizinho!
No fundo já nos conhecemos a todos.
Beijos e abraços a esta vizinhança cheia de virtudes e qualidades."
Vim cá ter pela "mão" da menina Patti, e digo-lhe uma coisa, que bela vista se vê daqui do rochedo.
ResponderEliminarVoltarei.
Prazer. Abraço
Quer dizer, Vocelência topou-me muito antes no Paris em Lisboa, andou a seguir-me, sim a seguir-me a mando dela, porque eu já li o primeiro comentário a este post, vindo de lá da Dona Si e depois eu é que fico mal no papel por não ter reconhecido uma barba preta que passou a branca, 400 anos depois?
ResponderEliminarSinceramente!
Agora a sério. Esta ideia do que lhe passou pela cabeça quando me reconheceu e da intuição estranha e ao mesmo tempo familiar que tive quando o vi, são mesmo muito engraçadas e ao mesmo tempo misteriosas.
Deixam-me sempre curiosa por saber o que vai na cabeça dos humanos.
Próximo encontro? Twilight Zone!
Hoje vou endar p´ra lá e p´ra cá nessa rua; vou ao dentista.
ResponderEliminarVai andar por lá?
Um mundo é tão pequeno...giros são os encontros inesperados, assim como este vosso. :)
ResponderEliminarvou já lá para ver a versão dele...está "delirante" este post...parabéns!
ResponderEliminarUm abraço
'alto e elegante daqueles que ficam bem ao Chiado'???
ResponderEliminarIntuição?
Cá para mim viu a loiraça e pensou: deixa lá ver se esta mora lá no Bairro.
Desculpas...rsrsrsrs
Veludinhos
Verdade que já lá nao vou há algum tempo. Talvez domingo, se a chuva não estragar!!
ResponderEliminarMudei de posto, agora encontro-me exactamente de onde lhe escrevo! :)
Beijinho*
ahahaha
ResponderEliminarExcelente!
E essa vergonha é que foi pena :S
Beijinhos
Muito bom, este enredo trocado.
ResponderEliminarA barba branca é que não estava no programa...
Beijinhos.
Vim directamente da Patti para ler a sua versão da história. A intuição prega-nos umas partidas incríveis, não há dúvida nenhuma. Reparou que eu lhe perguntei se por acaso não tinha encontrado a Patti, quando, num post atrás nos contou que havia pouca gente na Baixa?
ResponderEliminarO pecado mora ao lado...hehehehe
ResponderEliminarVizinhança,
ResponderEliminarQuero publicamente pedir as minhas humildes desculpas por ter embaraçado o Carlos com uma brincadeira sobre a versão deste encontro, num comentário que fiz, no blog Ares da Minha Graça.
O Carlos é um cavalheiro e, obviamente, não andou a seguir ninguém, muito menos a mando de ninguém. Foi uma resposta impulsiva a um episódio que achei imensamente engraçado.
Esperando ser perdoada pelo Padrinho, e pelo eventual embaraço que lhe causei, desfaço aqui o embróglio e afirmo HONNI SOIT QUI MAL Y PENSE!!
(farei copy/paste deste comentário para o Ares)
E esta heim???
ResponderEliminarPortugal é mesmo uma aldeia e a blogosfera um bairro, como diz a minha cunhadinha!!!
Bem, li aqui, fiquei deliciada e agora vou lá:)
ResponderEliminarSi: Ahahaah! Já me fartei de rir. A afilhada esqueceu-se que sou Escorpião e um bocadinho ( muito inho) maldoso? Pelos vistos a encenação foi perfeita e activei o seu mecanismo do remorso por ter maltratado o Padrinho.
ResponderEliminarAgora, já posso dizer o que pensei do seu comentário: GENIAL!
Vá lá, tome lá a benção e fique a saber que, quando for ao Porto com tempo, não se escapa de tomar um cafezinho com "moi".
Beijinho ( de sentido arrependimento por esta malandrice!)
Vou deixar o cometário que deixei por lá
ResponderEliminara vida é feita de
encontros e desencontros,
momentos bons e menos bons,
alegrias e tristezas
saudade
fome
de momentos divertidos, alegres, descontraidos e...
...dos outros! Esses!!!
Que história curiosa esta!
ResponderEliminarPara a próxima falem-se mesmo, sim?