O título deste post foi roubado da crónica do Miguel Esteves Cardoso hoje no "Público" ( sem link) .
MEC envergonha-se com a actuação do governo e do estado espanhol na causa Catalã, lembrando aquilo que desde sempre me parece óbvio: é patifaria prender pessoas só porque têm ideias políticas inconvenientes, ou considerar traição o facto de os catalães quererem ser independentes.
A este propósito apenas recordaria, mais uma vez, que se os portugueses que em 1640 quiseram ser independentes da tirania filipina, tivessem sido considerado traidores, Portugal não existiria. O mesmo é válido para as nossas colónias em África. E nesse caso, obviamente, também não teria havido TIMOR que uniu e tanto emocionou a sociedade portuguesa.
A vergonha de MEC, porém, abrange outra vertente que também já aqui abordei: a solidariedade europeia e portuguesa com Madrid é uma indignidade que nos devia envergonhar a todos.
Fico satisfeito por MEC partilhar a minha opinião nesta matéria mas, mais ainda, porque na sua crónica ( que vale a pena ler) faz referência a um Manifesto divulgado ontem no Público, com o título " BE, PS,PSD, CDU e PAN unidos num manifesto pela Catalunha". Ali se pede a liberdade dos presos políticos catalães, algo que deveria ser consensual no amplo espectro partidário, mas que não mereceu a concordância do CDS.
MEC indigna-se uma vez mais com a posição do partido ( de que ele próprio está próximo) e pergunta:
"Como é que (o CDS) se discorda duma única palavra de um protesto tão claro, simples, democrático e humanista (...)?
Eu creio ter a resposta: o CDS anda feliz, porque a democracia centrista se esgota na exibição de Adolfo Mesquita Nunes como símbolo da pluralidade e da "tolerância homofóbica" reinante no Largo do Caldas.