Quando vejo comentadores ( alguns com alvará de jornalista) apoiar a divulgação das imagens de interrogatórios judiciais, com o argumento do "dever de informar", percebo melhor a razão de as pessoas se marimbarem cada vez mais para o jornalismo e para os programas de debate político.
Eu digo alvará porque, na realidade, a carteira de jornalista hoje em dia é um documento merdoso que permite a qualquer crápula exprimir as suas opiniões ( por mais abjectas que sejam) na comunicação social, escudado no estatuto de jornalista e com a alegação da liberdade de imprensa.
É por estas e por outras que em alguns países ( mesmo no seio da UE) os governos começam a cercear a liberdade de imprensa.
No caso da divulgação das imagens dos interrogatórios a Sócrates ou a Miguel Macedo o que se passa é uma violação grosseira dos direitos individuais. O mesmo se diga se o arguido for um pedófilo, um incendiário, um criminoso ou um terrorista.
Os jornalistas que consideram essa divulgação como "dever de informar" são uns tipos perigosos dos quais fujo a sete pés, porque não gosto de ser confundido com escumalha.
Apetece-me assinar este seu texto, Carlos.
ResponderEliminarPenso exactamente da mesma forma.
Assine à vontade, António :-)
EliminarOnde é que eu posso assinar. É que estou inteiramente de acordo consigo
ResponderEliminarPode assinar logo a seguir ao António, ou onde achar melhor, Elvira.
EliminarE faz muito bem porque esses fulanos não passam de uns vouyeurs que pretendem alimentar o vouyeurismo deste povinho inculto e invejoso.
ResponderEliminarVoyeurs e vampiros, Graça. Alimentam-se de sangue, mesmo.
EliminarNão estou a par mas aposto que devem ser "jornaleiros" do esgoto da manha....
ResponderEliminarEra bom que fossem só esses, era, Chakra. Mas há muitos e em todo o lado. A começar pela SIC e Expresso e a acabar na FCF no Prós e Contras ou pelo JMT no Governo Sombra.
EliminarConcordo.
ResponderEliminarPrimeiro o julgamento em praça pública para amaciar a sociedade, e depois a ratificação dos juízes. E quem defende a pertinência do espetaculo do Big Eye, esquece aquele "hoje tu, amanhã eu".
ResponderEliminarOu ainda o poema de Bertolt Brecht:
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
/.../
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.
Gostei.
Bom sábado
Pois é isso mesmo, Célia. Boa semana. Beijinho
EliminarMais real não podia ser. Está assinado.
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