Foi há 30 anos, em Viena, que o FC do Porto iniciou a sua cavalgada para uma carreira fantástica que nenhum outro clube português conseguiu igualar no plano internacional.
Todos vaticinavam uma esmagadora vitória do poderoso Bayern e poucas horas antes do início do jogo, uns amigos benfiquistas telefonaram-me para Braga a dizer que se perdessemos por menos de 3 seria um resultado honroso. No final, os azuis e brancos venceram por 2-1 e trouxeram o caneco para casa, não dei troco aos meus amigos benfiquistas e fui ao Porto, numa corridinha, juntar-me aos festejos.
Meses mais tarde o FC do Porto escreveria outra página épica em Tóquio, conquistando a Taça Intercontinental num jogo disputado sob um nevão intenso.
Desde então, os azuis e brancos conquistaram mais uma Liga dos Campeões Europeus, uma Liga Europa, uma Taça UEFA, uma Supertaça Europeia e mais uma Taça Intercontinental.
Trinta anos depois o FC do Porto está num ciclo descendente que precisa de ser rapidamente invertido, sob pena de se esfumarem as gloriosas conquistas alcançadas neste período. Isso só será possível acabando com a série de erros na escolha de treinadores que se verificou nos últimos anos. Para já as perspectivas não são as melhores mas é fundamental que os portistas percebam que não basta ter um bom treinador. É preciso acabar com o mercantilismo na compra e venda de jogadores, construir uma equipa à Porto e recuperar a garra que tornou o FC do Porto um grande a nível mundial.
Todas as grandes equipas atravessam períodos maus ( veja-se o Manhester United, por exemplo, ou o Benfica durante duas décadas)
O importante agora é encontrar a receita eficaz para sair da crise, sem encontrar desculpas no colinho com que um adversário é mimado pelas arbitragens. Há 30 anos esse adversário já gozava de colinho e isso não nos impediu de sermos melhores.