No Verão de 1946, os olhares masculinos fixam-se avidamente nas areias das praias mediterrânicas. A culpa é do engenheiro francês Louis Réard, criador do biquini.
Os efeitos secundários deste ousado fato de banho, no universo masculino, limitam-se a alguns torcicolos e devaneios nocturnos, mas no Vaticano e nos padrões morais vigentes, os efeitos foram idênticos aos provocados pelos ensaios atómicos dos americanos no atol de bikini, realizados em Junho desse ano.
O Vaticano considera o biquini pecado, as autoridades espanholas e italianas proíbem as mulheres de se apresentarem na praia assim despidas, em França a ousadíssima ( para a época) Brigitte Bardot só em 1955 teria coragem de o usar pela primeira vez e em Portugal, só 20 nos mais tarde as mulheres começaram a ousar aparecer na praia com discretos biquinis que hoje são considerados peças de museu.
Os jihadistas só estão um pouco mais atrasados do que os europeus.
Até final do ano, os pacotinhos de açúcar vão ser reduzidos
a metade. A medida há muito estava anunciada e visa proteger a nossa saúde.
Eu não uso açúcar no café,
no chá, nem em nenhuma bebida, mas ninguém nega que consumimos demasiado
açúcar. Metade do que é utilizado para adoçar o café é sobejamente adequado
mas, como diria o outro, “não é por aí que o gato vai às filhoses”.
Comemos demasiados doces ( quem resistir às montras de
algumas pastelarias, como a Garrett, por exemplo, ou à variedade da doçaria
conventual espalhada pelo país, que atire a primeira pedra) mas também refrigerantes e bebidas, além de uma
parafernália de outros produtos de
consumo corrente, em que o açúcar está escondido.
A OMS recomenda que o consumo diário de açúcar , para uma
dieta de 2000 Kcalorias,nunca ultrapasse
os 50g, embora o ideal seja não ultrapassar os 25. Tarefa quase impossível se
pensarmos que uma lata ( 25 cl) de refrigerante ou bebida à base de cola ( não light, nem Zero)
contém entre 25 e 35g de açúcar. E se
pensa que ao beber “sumos naturais” está a salvo, desiluda-se. A quantidade de
açúcar, por vezes, ultrapassa a dos refrigerantes.
Compreende-se a necessidade de uma campanha de educação
alimentar que sensibilize os portugueses para a necessidade de reduzir o
consumo de açúcar ( a exemplo o que vem sendo feito para o sal, por exemplo).
Nesse sentido, reduzir a metade os pacotes de açúcar, parece-me uma boa medida.
No entanto, estou certo que muitas pessoas vão passar a pedir dois pacotes em
vez de um.( Nem que seja para levar um
para casa…). Daí, que faça uma sugestão estabelecimentos de hotelaria,
restauração e similares. Se quiserem aumentar as vossas receitas, passem a cobrar
os pacotes de açúcar suplementares.
Estão a contribuir para melhorar a saúde dos portugueses e aumentam as
receitas dos vossos estabelecimentos.
E não me venha ninguém dizer que estou a dar ideias disparatadas, senão serei obrigado a
lembrar-vos que quando se colocou a hipótese de aumentar substancialmente o
preço da água, muitos estabelecimentos declararam de imediato a intenção de
passarem a cobrar pelo copo de água…