Há uma semana França estava em choque com a vitória da FN nas eleições regionais francesas.Marine Le Pen festejava, Sarkozy recusava desistir em favor dos socialistas para derrotar a FN na segunda volta, o PSF entrava em transe e abdicava em favor dos Republicanos, nas regiões em que não tinha hipóteses de vencer.
Uma semana depois a FN não conseguiu vencer em nenhuma das 13 regiões, graças à aliança do PSF com os partidos de esquerda.
Apesar da vitória em 7 das 13 regiões, a estratégia de Sarkozy penalizou os Republicanos, que há dois meses acreditavam numa vitória esmagadora.
O PSF, que desistiu nas regiões em que estava em terceiro lugar favorecendo os republicanos ( que não abdicaram de nenhuma região) conseguiu, apesar de tudo, vencer em 5 regiões. É certo que garantir a derrota da FN custou-lhe estar ausente durante cinco anos nas regiões onde desistiu, mas isso impediu a vitória da extrema-direita em, pelo menos, duas regiões.
Mais uma vez, a ascensão da FN não passou de um susto, mas não há muitas boas razões para que nos sintamos aliviados. Importa lembrar que a FN triplicou o número de mandatos em relação às eleições de 2010 e aumentou o número de votos da primeira para a segunda volta.
Seria bom, portanto, que os resultados de há uma semana não fossem rapidamente esquecidos, para que um dia os franceses não acordem perante a inevitabilidade de terem um governo de extrema-direita, porque os votantes nos partidos do sistema se abstiveram, ou porque a esquerda não soube unir-se contra a FN.
E, já agora, recorde-se que dentro de 18 meses teremos as presidenciais francesas, onde Marine Le Pen está bem posicionada nas intenções de voto.