Depois de conhecidos os resultados das eleições na Venezuela, muitos órgãos de comunicação social "decretaram" o fim do "chavismo".
Lamento mais esta prova de ignorância da comunicação social tuga. Na verdade, o "chavismo" não terminou ontem, mas sim no dia em que Chavez morreu. Foi ele que operou uma revolução social na Venezuela que tirou milhões de venezuelanos da miséria mas, infelizmente, não soube escolher um sucessor à altura e o "chavismo" morreu com ele.
Nicolas Maduro nunca teve a simpatia nem a popularidade de Chavez porque nunca teve carisma, nem conseguiu criar a necessária empatia com o povo. Reconhecendo isso, enveredou por um caminho antidemocrático que por vezes roçava a demência e tinha tiques ditatoriais.
Também não foi ontem, nas urnas, que a revolução bolivariana foi derrotada. Foi quando o preço do petróleo caiu abruptamente e provocou o colapso da débil economia venezuelana e fez disparar a inflação para números inimagináveis.
Dizem ainda alguns órgãos de comunicação social que a democracia voltou ontem à Venezuela. Sobre isso não me pronuncio. Prefiro esperar para ver mas, num país com fome, cuja economia está dependente do preço do petróleo, não me parece que a vitória da oposição seja garantia suficiente para o regresso da democracia. Maduro continuará presidente e já todos percebemos que é suficientemente louco para não respeitar as regras da democracia.