A forma como António Costa reagiu ao facto de não ter podido discursar em Paris porque, alegadamente, o governo de Passos não terá inscrito Portugal, é sinal de que se respira bem melhor neste país.
Em vez de cavalgar a onda de indignação que se criou nas redes sociais e em alguma imprensa e aproveitar para acusar o governo anterior de desleixo, António Costa desvalorizou o incidente, remetendo-o para a esfera da burocracia.
Costa sabe que não lhe faltarão oportunidades para acusar o governo, por ter mentido aos portugueses, ludibriando- os com números falsos.
Na verdade, para além da sabujice da sobretaxa, nem o desemprego diminuiu, nem a economia está a crescer ( bem pelo contrário), mas Costa optou por uma via inteligente e, em vez de levantar a voz e fazer acusações na comunicação social, optou por deixar a direita espetar-se ao comprido, com explicações bacocas. Ouvir Cecília Meireles ou Paulo Portas justificarem a estagnação do investimento e o abrandamento da economia com o facto de ter havido eleições é, no mínimo,ridículo.
Costa vai somando pontos, enquanto a direita ressabiada revela a sua índole caceteira e anti democrática.