Fazendo fé nas notícias que têm vindo a público sobre a auditoria forense, Ricardo Salgado desobedeceu 21 vezes ao supervisor, entre dezembro de 2013 e Junho de 2014. Espantoso como um tipo pode estar tão confiante na impunidade e no mau funcionamento do regulador, para se borrifar nas ordens que o BP lhe dava? Será… mas mais espantoso ainda é que Carlos Costa tenha assistido impassível a esse desrespeito. Comportou-se como aqueles progenitores que avisam a criancinha dezenas de vezes para estar sossegada e não fazer tanto barulho, mas ao constatarem que ela não obedece desistem e só lhe tiram o brinquedo quando já está estragado.
Esse tipo de comportamento é prejudicial para as crianças, mas é muito mais grave quando adoptado por instituições que têm a obrigação de defender os interesses da comunidade, garantindo que as entidades que supervisionam estão a cumprir as regras do jogo.
Se Carlos Costa tivesse agido, como lhe competia, não haveria neste momento muitas centenas de pessoas arruinadas, porque confiaram todas as suas poupanças a um Banco que o regulador sabia ser incumpridor e pouco fiável. O governador do Banco de Portugal também tem de ser responsabilizado por esse desleixo.