 |
Foto da Internet |
Mais tarde lá me rendi à inevitabilidade de a garagem ter deixado de ser lugar para bailaricos e comecei a descortinar-lhe outros fins. Foi numa garagem que vi, por exemplo, apodrecer parte da biblioteca de António Sérgio, comida pelos ratos, também eles apreciadores de garagens.
Também numa garagem - aparentemente imune aos ratos- repousam os principais processos da justiça portuguesa, como o caso BPN ou o caso Marquês. Este conceito garagem/armazém é muito utilizado em garagens de prédios mas, normalmente, a arrecadação é fechada e trancada. Ligeiramente mais segura, portanto, do que o local onde o DCIAP guarda os processos.
Seja em filmes, ou em cenas da vida real, a garagem também é um palco muito apreciado para cometer crimes.
Entretanto, nos EUA (onde havia de ser?), a polícia descobriu mais uma função para uma velha garagem que outrora serviu de resguardo a camiões. Convertida em armazém, uma velha garagem de Chicago serve para a Polícia fazer investigação por conta própria. Lá se cometem as mais diversas atrocidades e violação de direitos humanos básicos, que os EUA tanto criticam quando são praticados por outras civilizações. Desde interrogatórios onde advogado não entra, a uma variedade de torturas "à la carte", dignas de qualquer filme policial da série B, , tudo é permitido nestes esconderijos onde já se registou pelo menos um morto, vítima das sevícias da civilizada polícia americana.
A garagem tornou-se, ao longo do tempo, um espaço multifunções. Tão variadas, que um dia se pode fazer um paralelismo com o que se diz dos telemóveis modernos: até servem para guardar automóveis.