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O Parque das Conchas já foi um dos mais aprazíveis espaços de lazer de Lisboa |
Assisti com alegria e prazer à recuperação das Quintas das Conchas e dos Lilazes, um enorme pulmão verde na cidade de Lisboa.
Durante muito tempo fui utente diário daquele espaço logo pela manhã e, muitas vezes, ao final da tarde.
Hoje em dia, as visitas são cada vez mais escassas. O espaço está quase ao abandono, apesar de continuar a ser frequentado por milhares de lisboetas. O relvado está em mau estado, a zona mais alta desmazelada, as "cascatas" secas e nos canteiros as plantas morrem (aparentemente) por falta de rega adequada.
Já elogiei diversas vezes o trabalho de António Costa na frente ribeirinha, aplaudi a sua decisão no Marquês e Av. da Liberdade, a recuperação da Mouraria e muitas outras coisas que o seu excutivo tem feito de bom por Lisboa.
Hoje, lamento, mas não posso deixar de criticar o abandono a que parece estar votado o Parque das Conchas. Não chega fazer lá uns concertos ao final da tarde e umas sessões de cinema ao ar livre para animar a malta.. Aquele pulmão de Lisboa precisa - e merece- ser tratado com desvelo para se manter com a vivacidade que lhe conheci depois da recuperação.
Eu sei que os lisboetas têm uma boa quota parte de responsabilidade na deterioração do Parque das Conchas, porque em nada contribuem para o manter cuidado. Bem pelo contrário. Todos os dias é possível ver actos de vandalismo, porque os lisboetas ( e os portugueses em geral) não sabem cuidar dos bens públicos.
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A água já não corre por aqui |
Não recolhem lixos que fazem durante os piqueniques;
Em vez de utilizarem a agradável zona de merendas, abancam onde lhes apraz, montam a tenda e toca a dar ao dente;
Os cães fazem as suas necessidades à vontade e poucos são os humanos que se preocupam em recolher os dejectos;
Os equipamentos infantis são utilizados às vezes por adultos , aumentando assim a sua deterioração;
Já vi uma mãezinhas a limpar o rabo de uma criança no lago dos patos!
Eu sei que não é possível ter um fiscal em cada esquina dos espaços urbanos, mas há que fazer qualquer coisa, inclusivé aplicar multas severas, suficientemente dissuasoras, para que as pessoas se habituem a respeitar o que pertence a todos. Seis meses de fiscalização atenta e implacável, com aplicação de multas severas, sem complacência, contribuiriam para melhorar a consciência cívica dos lisboetas. Foi assim que algumas cidades pelo mundo fora se tornaram exemplos de limpeza e educação cívica.
Se queremos Lisboa limpa e bem cuidada, onde temos prazer de viver e orgulho em mostrar aos turistas, não vamos lá com editais. É preciso recorrer a medidas mais drásticas.