Bem pode Portas apontar para o seu relógio e gritar que recuperámos a independência no dia 17 de Maio, mas o seu parceiro de coligação não se cansa de o desmentir. Passos Coelho já lhe recomendara tino mas ontem, Marco António Costa, a toupeira de Gaia, fez questão de sublinhar uma vez mais que a
troika só sairá daqui, na melhor das hipóteses, no dia 16 de Junho. Teceu, aliás, fortes críticas ao Tribunal Constitucional, por não ter esperado que a
troika passasse o cheque, antes de se pronunciar sobre as inconstitucionalidades.
Paulo Portas ainda não percebeu que o PSD não quer que Portugal seja um país independente. Foi por isso que acabou com o feriado do 1º de Dezembro.
Desde que percebeu que a Alemanha não está interessada em comprar Portugal ( para Merkel é mais barato fazer do nosso país um resort de férias para a classe média germânica) Passos Coelho passou a sonhar com o dia em que os espanhóis voltem a mandar em Portugal. Tudo se conjuga para que o seu sonho se transforme em realidade e este ano tem sido fértil em sinais de que isso possa acontecer em breve.
Depois de os adeptos dos dois principais clubes madrilenos terem invadido Lisboa para assistirem a um jogo de futebol, hoje foi a vez de Juan Carlos mandar um sinal de que a invasão está próxima.
Ao abdicar do trono cria condições para que Espanha volte a ter um rei Felipe, o que é meio caminho andado para uma invasão.Até porque - é bom lembrar- o rei que precedeu Felipe II também se chamava Carlos ( Carlos V). Gostava de caçadas, como Juan Carlos, e também abdicou do reino de Castela em favor de Felipe II, que tinha a mania das grandezas e resolveu invadir Portugal sem qualquer pretexto plausível.Apenas porque sim.
Creio mesmo que muitos dos espanhóis que andam pelo país, disfarçados de turistas, são tropas ao serviço de Sua Majestade, que andam a apalpar terreno e estudar a melhor altura de concretizar a invasão.
Passos Coelho terá sido avisado dessa possibilidade e já começou a estudar, com o seu "inner cercle", qual a melhor data para prestar vassalagem e jurar fidelidade ao rei de Espanha. Dias depois, um qualquer comentador dirá a Manuela Moura Guedes que Pedro Passos Coelho era um homem de rara visão, por ter acabado com o feriado do 1º de Dezembro, para não irritar o invasor, o que permitiu evitar a morte de milhares de portugueses que não puderam emigrar