A comunicação social relata, com estupor, o caso de um candidato autárquico que, estando impossibilitado de se candidatar à Junta de Freguesia, por já ter cumprido três mandatos, pôs a mulher a encabeçar a lista. Com toda a naturalidade explica que a mulher irá desistir e ele, como segundo nome da lista, ocupará o seu lugar. Parece que o caso deste chico esperto de uma freguesia de Sátão não é único e não compreendo tanta estupefacção com a esperteza saloia dos candidatos que recorrem a estratagemas deste género para se perpetuarem no poder.
O chico espertismo é uma das características peculiares dos portugueses. Outra é a tendência para a vigarice. Muitos dos candidatos a autarcas que pululam por este país são o espelho do povo português. Alguns acabam por chegar ao governo. Não devemos apontar-lhes o dedo e chamar-lhes energúmenos. Afinal, são portugueses iguais a eles que os elegem, não é verdade?