No domingo, durante a conversa dominical com Marcelo Rebelo de Sousa, Judite de Sousa teve três momentos desprestigiantes para ela, mas também para o jornalismo, já que ela serve de referência e farol a muitos portugueses distraídos - quiçá confusos- com dificuldade em discernir entre um jornalista e um entrevistador.
1º acto - Judite abre a boca de espanto quando Marcelo fala do Zico- que a Animal decidiu rebaptizar Mandela.
2º acto- Judite exprime, com trejeitos faciais, o seu estupor perante a análise de Marcelo à sentença sobre o trabalhador alcoolizado que um tribunal mandou reintegrar na empresa que o despedira.
Judite de Sousa não está de férias- como a própria fez questão de esclarecer- pelo que custa muito a entender como é que uma jornalista desconhecia ambos os casos, abundantemente badalados em toda a comunicação social, incluindo a TVI onde ela é- pasme-se! - sub-directora de informação. Talvez este episódio, repartido em dois momentos, justifique a saída da TVI de sete jornalistas- três dos quais para o governo- e o desaproveitamento de uns quantos, colocados na prateleira.
Mas se estes dois episódios são já bastante elucidativos, um terceiro- que terá passado despercebido a muitos espectadores- deixou bem claro que Judite de Sousa não está bem e devia ir de férias. Talvez para não voltar.
3º acto- Praticamente no início da sua homilia, Marcelo Rebelo de Sousa desvenda em primeira mão que, quando era presidente do PSD, foi Luís Filipe Meneses quem lhe indicou Rui Rio para um importante cargo partidário no Porto. Qualquer jornalista teria reagido de imediato, não deixando de dar relevância a esse facto, mas Judite ficou impávida. Só quase no final do programa é que Judite- provavelmente respondendo a diversas chamadas de atenção da régie- exclamou, como se tivesse acabado de descobrir a pólvora:
- Então, podemos concluir que o professor nos fez hoje aqui uma grande revelação sobre Luís Filipe Meneses e Rui Rio.
Judite de Sousa tem protagonizado diversos episódios de falta de isenção, nomeadamente quando entrevista figuras do PSD. Num período em que o seu marido está envolvido numa polémica por causa da candidatura a Lisboa, Judite de Sousa deveria ser aconselhada a abandonar os ecrãs, pelo menos até Outubro. Salvaguardava a sua imagem e não denegria a imagem do jornalismo e dos jornalistas.