O PR decidiu enviar um vigilante para assistir às reuniões entre os partidos.
Não sei o que me provoca mais urticária: a decisão do PR de controlar as conversas, ou a aceitação - sem aparente contestação -por parte dos partidos desta vigilância, que atesta a sua menoridade democrática.
O comportamento dos partidos face à decisão de Cavaco, mostra bem a qualidade e a índole de quem nos governa e de quem se apresenta como alternativa.
O papel de David Justino será comunicar diariamente ao PR a evolução das conversações e o comportamento dos partidos. Quando- como tudo indica- os partidos anunciarem a impossibilidade de chegar a um acordo, Cavaco terá já, entre mãos, informação suficiente para decidir justificar o passo seguinte. Dirigir-se-á aos portugueses e apontará o culpado do falhanço, porque se portou mal nas negociações e por isso o PR vai castigá-lo?
Isto já era tudo demasiado mau para ser verdade, mas o CDS decidiu tornar a situação ainda mais deprimente. No final da reunião do Conselho Nacional que decidiu novo adiamento do Congresso, Telmo Correia veio dizer a Cavaco e aos portugueses, através da comunicação social:
Se é para assistir ao filme e gozar o espectáculo de ver PSD e PS a esgadanharem-se, que raio está o CDS a fazer nas reuniões? Pau de cabeleira?