Beate Zschäpe- a cabra
Fim de tarde esplendoroso nesta praia maravilhosa onde os vorazes apetites da indústria do turismo ainda não puseram a pata. O sol esconde-se entre as nuvens do horizonte, talvez envergonhado por contemplar tanta beleza. Estou mergulhado na leitura dos contos de Gabriel Garcia Marquez, quando a expressão "Alles Scheisse" ecoa nos meus ouvidos.
Não estou habituado a estes desabafos da minha amiga Petra, por isso suspendo a leitura e pergunto-lhe o que se passa.
Sem tirar os olhos do ipad ( só os alemães podem pagar 12 € por hora para aceder à Internet) a Petra explica em alemão e eu traduzo para os leitores do CR:
- Esta cabra agora fecha a boca!
A cabra chama-se Beate Zschäpe e está com o cu alapado no banco dos réus, porque matou pelo menos uma dezena de imigrantes. É uma neonazi nascida em Jena, Alemanha Oriental, país de acolhimento de Ângela Merkel, colaboracionista do regime totalitário da RDA, agora empossada democraticamente como chanceler de todos os alemães.
Beate Zschäpe é a única sobrevivente do NSU, um grupo nacionalista neonazi que se dedicava a matar imigrantes à queima roupa e vivia à custa de assaltos a bancos ( coisa normal na Alemanha, onde Ângela Merkel e o seu paraplégico proto afilhado Schaueble são especialistas ).
Ainda mal refeita da notícia que acabara de ler no Tagesspiegel, Petra escalarece-me que a extrema direita alemã foi responsável pela morte de 152 imigrantes nos últimos 20 anos, mas que a polícia alemã está especializada em acusar as vítimas e não os assassinos, pelo que os crimes têm sido sempre atribuídos a rivalidades entre mafiosos que dominam a imigração clandestina.
Peço à Petra cinco minutos do seu tempo na Internet para escrever um post. Sinto-me uma espécie de chulo do imperialismo alemão, mas pelo menos desabafo no teclado a minha ira:
Salvé sr Schaueble! O senhor é o protótipo do ódio alemão, construído nas mais belas escolas da Stassi, onde se licenciou a senhora Merkel. Parabéns por ter levado para Portugal um dos seus mais belos exmplares, de nome Vítor Schaueble Gaspar, um Miguel de Vasconcelos do século XXI, sempre pronto a trair o seu povo para agradar ao chefe, na expectativa de ser escolhido para cônsul da Ibéria.
Felizmente, esta praia já não é tuga, caso contrário estaria cheia de reformados calvinistas bêbados.
Felizmente, esta praia já não é tuga, caso contrário estaria cheia de reformados calvinistas bêbados.