Seria aleivosia pôr-me aqui a comentar a decisão do ministro da saúde encerrar a maternidade Alfredo da Costa. Não tenho dados que me habilitem a fazer um juízo sobre a invocada obsolescência logística daquele estabelecimento onde nasceu mais de metade da população de Lisboa.
No entanto, há sinais que me permitem duvidar da clareza da decisão. Não me refiro às palavras de um jovem laranja- cujo nome não fixei, porque nunca fixo o nome de abortos políticos- que afirmou, do alto do pedestal que "os portugueses não podem continuar agarrados a pedras". Pobrezito, deve ser mais um que tirou a licenciatura numa universidade de vão de escada, onde os cursos são comprados por tuta e meia.
O que me leva a desconfiar da decisão é o facto de não ter visto neste governo uma única medida em defesa dos interesses dos utentes, pelo que esta preocupação de encerrar a MAC com carácter de urgência, deve trazer água no bico.
A MAC fica num local privilegiado da cidade e desperta a cobiça de interesses imobiliários, pelo que a urgência me cheira a negócio graúdo.
Estarei a ser precipitado e a fazer juízos injustos? Talvez... mas se isso acontecer a culpa não é minha! É o governo que me dá pretextos mais do que suficientes para desconfiar. Por um lado, porque está a vender o país ao desbarato, sem acautelar os interesses futuros; por outro, porque as sucessivas mentiras e embustes minaram o capital de confiança entre mim(cidadão) e quem me governa. Um governo que perdeu em apenas nove meses a confiança dos portugueses, embrulhado em contradições, mentiras, negócios escuros como o do BPN, trafulhices palavreiras e toma medidas à sucapa que lesam gravemente quem trabalha, não pode exigir aos cidadãos que vejam nas suas atitudes meras opções políticas.
Em toda esta história da MAC há gato escondido com o rabo de fora e, num futuro próximo, os factos vão demonstrar que tenho razão. Por alguma razão o ministro da saúde disse ontem na AR que a MAC estava encerrada há seis meses. Foi , certamente, um lapsus linguae. O que ele pretendia dizer é que o negócio da MAC está fechado há seis meses. Só nos falta saber quem será o beneficiário...