
Em apenas três meses, Pedro Passos Coelho rasgou todas as promessas eleitorais ( com a excepção de manter a taxa de IVA do leite achocolatado), revelando-se mentiroso compulsivo e pessoa de má-fé,
como o video que aqui linkei há dias demonstra.No entanto, há coisas que me preocupam mais no carácter do nosso PM, do que o facto de ser aldrabão e pessoa de má-fé.É que Pedro Passos Coelho
move toda a sua actuação pelo ódio. Eu percebo que a partida que o destino lhe pregou numa curva da vida o tenha deixado revoltado, mas isso não justifica que governe dominado por ódios de estimação e que na tentativa de se libertar de complexos de culpa, dê cabo da vida aos portugueses que não se movam no seu círculo de influência.
Na verdade, apesar daquele azar, até foi bafejado pela sorte. Encontrou em Ângelo Correia um padrinho protector que o catapultou para a ribalta quando, na verdade, pouco ou nada tinha feito por isso.
PPC odeia os que conseguiram encetar uma nova vida graças ao programa “Novas Oportunidades”, mas esquece que foi graças a uma Nova Oportunidade patrocinada pelo padrinho, que tirou um curso tardio numa universidade de circunstância. Andou por lá, mas não aprendeu nada. Apenas passou a ser chamado de doutor;
Odeia os funcionários públicos que acusa de trabalharem pouco e terem salários acima da média, mas esquece que cresceu à sombra da JSD, onde apenas desenvolveu trabalho político;
Olha para os funcionários públicos como privilegiados, mas esquece que também ele teve o privilégio dos favores de um padrinho que lhe confiou umas empresas de lixos para administrar; Odeia o Estado Social e vê em cada cidadão um parasita que prefere viver à conta do Estado, em vez de trabalhar, mas se olhasse para dentro de si, devia dar graças a esse mesmo Estado Social;
PPC não explica onde está o buraco no orçamento;
Não diz em que estudo se baseia para afirmar que um funcionário público recebe em média 10 a 15% mais, do que um trabalhador do sector privado;
Não tem em consideração, nos vencimentos do sector privado, os automóveis, os cartões de crédito, os telemóveis, por vezes férias pagas pela entidade patronal, e outras mordomias que engordam os salários, fugindo aos impostos;
Corta nas pensões dos reformados ( aparentemente com o mesmo fundamento) mas não mexe uma palha para estabelecer o plafonamento máximo das reformas, permitindo que permaneçam intocáveis reformas escabrosas como as de MFL, Mira Amaral, ou do próprio Cavaco;
Rouba os subsídios de Natal e férias a mais de um milhão de portugueses, mas engorda os bolsos do pessoal contratado para os gabinetes, com ordenados chorudos, quando na maioria dos casos poderia recrutá-los dentro da Administração Pública ( Há um membro do governo que só tem funcionários públicos no seu gabinete, mas dele falarei noutra oportunidade).
PPC não explica nem esclarece nada, porque as suas decisões e argumentos assentam em ódios pessoais e classistas e o ódio não se explica.
Há dias Jerónimo de Sousa dizia-lhe:
“ O senhor sabe lá o que é a vida!”
Compungido, o PM respondia:
“ Sei muito bem o que é a vida…”
Quase aposto que sei qual foi a imagem que passou pela cabeça de PPC quando respondeu a Jerónimo de Sousa mas, senhor PM, não pode ficar ressabiado toda a vida com a partida que a vida lhe pregou. Limpe a cabeça e siga em frente. Lembre-se, pelo menos, que com esse seu comportamento está a destruir a nossa economia e a condenar o país à pobreza durante décadas.
E se acredita que essas medidas o poderão ajudar a seguir as pisadas de Durão Barroso, desiluda-se. Quando tudo isto acabar, a Europa não terá lugar para si. Nunca ouviu dizer que Roma não paga a traidores?