terça-feira, 26 de julho de 2011
Ética social (1)
As pensões de reforma aumentam 4 euros; o passe do Metro Urbano de Lisboa, aumenta 4,35!
Madeira entra para o Guiness...
... no dia 9 de Outubro. Alberto João Jardim baterá por larga margem o record de Moubarak, que esteve 32 anos no poder no Egipto. O Botas,41 anos a mandar nesste país, é o detentor do record absoluto, mas não conta, porque Portugal vivia numa ditadura e, como todos sabemos, a Madeira é uma florescente democracia ( Cavaco dixit).
Querem ver que hoje me deu uma de moralista?

Soube da morte de Amy Winehouse em Martinchel. Contemplava a bela paisagem, quando o CD de Ella Fitzgerald e Duke Ellington, que estava a ouvir, chegou ao fim e o rádio do carro me remeteu de imediato para a TSF. Naquele preciso momento a emissão foi interrompida, para anunciar a morte da cantora.
Nunca fui grande admirador de Amy, mas reconheço-lhe o enorme talento, múltiplas vezes enfatizado ( quiçá sobrevalorizado) pelas minhas sobrinhas. Não estranhei, por isso, que ao fim da tarde a voz tristonha e enlutada da mais velha me comunicasse o triste desenlace de uma morte anunciada.
Respondi-lhe com um breve “ já sabia” que me valeu de imediato uma reprimenda:
“Então e não disseste nada”?
Fingi que embatoquei e arranjei uma desculpa esfarrapada.
Desligado o telemóvel dei comigo a pensar o que diria à minha sobrinha se tivesse decidido comunicar-lhe a morte do seu “ídolo”. Que tinha pena?
É óbvio que lamento a morte de uma jovem de 27 anos com talento para dar e vender. Mas porquê lamentar, se foi ela a ditar a sua sentença de morte? Porquê sentir pena de alguém que em vez de aproveitar o talento com que a Natureza a brindou, preferiu afogá-lo em álcool e drogas?
Quantos jovens neste mundo dariam um bocado da sua vida para ter o talento de Amy Winehouse e desfrutar dos privilégios que a Vida lhe concedeu? Sei que de imediato me podem dar exemplos de muitos outros que tiveram um fim idêntico e também desperdiçaram o sucesso. Lembro-me bem do choque que senti quando morreu Jim Morisson mas, apesar de o considerar um dos expoentes máximos da minha geração, não deixo de aplicar o mesmo raciocínio.
Ninguém escolhe os talentos com que nasce. Alguns sabem aproveitá-los, outros não e outros ainda têm talento, mas não têm possibilidade de o mostrar. Amy Winehouse teve tudo. A vida sorriu-lhe mas ela desperdiçou-a.
Quando vivia em Macau, contava-se a história de um homem do riquexó que vivia nas arcadas junto ao Leal Senado. Dizia-se que tinha um dia ganho uma fortuna no Casino, mas destruiu tudo em pouco tempo. Amy Winehouse fez o mesmo. Tem todo o direito a fazer da sua vida o que mais lhe aprouver. Mas teremos nós o direito de lamentar a sua morte e calar-nos ou reagir com um lamento de “coitadinhos” perante notícias como esta?
Dir-me-ão que não são coisas que se possam comparar. Não serão…mas a verdade é que fomos nós que ajudámos a construir uma sociedade de contrastes chocantes. Lamento, mas verto mais depressa uma lágrima por estes seres humanos inocentes, do que por uma cantora que desprezou a dádiva da Natureza e optou pela autodestruição.
As praias da vida dos outros (4)

Ainda a noite de S. João
O Rogério fez este comentário:
"Passei uma única noite de S. João no Porto. Nessa noite senti-me parte de toda a gente. No dia seguinte não. Ainda guardo esse sentimento, essa ilusão..."
Meu caro, fiquei com "a pulga atrás da orelha" e não resisto a fazer-lhe uma pergunta: O que quer dizer com a última frase do seu comentário?
Comenta o Rui, no mesmo post, "Não sei se haverá em qualquer parte do mundo uma "atitude das gentes" semelhante a esta, nesta noite !? Creio que não".
"Passei uma única noite de S. João no Porto. Nessa noite senti-me parte de toda a gente. No dia seguinte não. Ainda guardo esse sentimento, essa ilusão..."
Meu caro, fiquei com "a pulga atrás da orelha" e não resisto a fazer-lhe uma pergunta: O que quer dizer com a última frase do seu comentário?
Comenta o Rui, no mesmo post, "Não sei se haverá em qualquer parte do mundo uma "atitude das gentes" semelhante a esta, nesta noite !? Creio que não".
Concordo em absoluto. Tenho assistido a algumas manifestações populares bastante interessantes. Cito apenas algumas como o 4 de Julho nos Estados Unidos ( estava em Washington nas comemorações do Centenário), o 14 de Julho em França ou o aniversário da Rainha em Amsterdam ( data variável, que coincide actualmente com o 1º de Maio) o Festival da Espingarda em Tanagashima, ou o Ano Novo Chinês e em todas me tenho divertido bastante, mas não encontrei nenhuma que expressasse de forma tão eloquente e genuína a forma de (con)viver das gentes de uma cidade, como o S.João do Porto.
Sucessos de Verão (6)

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