

Era o candidato natural à sucessão de António Guterres e aceitou o desafio com coragem e galhardia. Perdeu por uma unha negra as eleições de 2002 contra o servo de Bush, Durão Barroso. Sobreviveu. Foi vítima colateral do processo Casa Pia, cujos contornos políticos um dia a História explicará. Jorge Sampaio deu-lhe a estocada final ao empossar Santana Lopes depois da deserção do maoísta arrependido para Bruxelas. Viveu um tempo de exílio em Paris e regressa agora para encabeçar a lista do PS por Lisboa.
É um regresso que saúdo, porque Ferro Rodrigues é uma das figuras do PS que merece o meu respeito e admiração.Não tenho dúvidas que Portugal seria hoje um país bem diferente, se Jorge Sampaio tivesse dado a Ferro Rodrigues a oportunidade de enfrentar Santana Lopes nas urnas. A bonomia de Sampaio cortou-lhe as asas.
Ferro renasce. Espero que para voar mais alto, cortando cerce as aspirações de um putativo candidato que a direita e a comunicação social ( desculpem o pleonasmo) apresentam, entusiasmadas, como sucessor de Sócrates.