
Manuela Moura Guedes rescindiu o contrato de trabalho com a TVI, mais de um ano depois de ter metido baixa. Como ela própria anunciou, só colocaria a hipótese de rescisão a partir de um milhão de euros. Presumo, por isso, que tenha recebido uma indemnização choruda e não precise de continuar de baixa. Estou farto de contribuir, com o dinheiro dos meus impostos, para pagar as baixas de uma senhora mimada e super protegida pela união conjugal.
Manuela Moura Guedes, com a desfaçatez que lhe é peculiar, escreveu na sua página do Facebook: "Faço parte, a partir de hoje, do imenso grupo de desempregados deste País! Está acabado o meu contrato de trabalho com a TVI! Acaba-se um ano de pesadelo sempre à espera que se fizesse justiça... E era impossível voltar porque seria para fazer o que sempre fiz, jornalismo verdadeiro que não cede a pressões vindas de onde... vierem. Estou um pouco assustada com o Futuro... mas, para já, obrigada pelos mimos que me dão!"
O caso de MMG é paradigmático da sociedade em que vivemos. Quantos desempregados neste país teriam hipótese de aproveitar um espaço de opinião, oferecido pelo cônjuge, para urdir uma teia mediática de proporções escandalosas e sair airosamente, rindo-se do povo português que lhe alimentou a preguiça durante um ano?Não me espantará se, dentro de pouco tempo, MMG escrever um livro de memórias em torno do caso “Freeport”. Com a avidez coscuvilheira do povo português, não serão os tempos de crise que impedirão que o livro se torne um
best seller e MMG passe a emparelhar ao lado de outras grandes escritoras do género, como
Carolina Salgado. Ou se assinar um contrato com a SIC para voltar a agitar o país com outro qualquer escândalo envolvendo figuras públicas. Provavelmente, outro escândalo de corrupção que animará a comunicação social portuguesa, sedenta de vender papel, ou aumentar audiências. O temor reverencial não permitirá que os jornalistas deste país se revoltem contra a corrupção moral que o caso MMG/TVI encerra. De lorpas que confundem o jornalismo de investigação com o jornalismo da insídia, está o pais cheio. Falta é gente que tenha a coragem de denunciar que o caso MMG/TVI foi um escândalo de proporções inauditas que pôs a nu a promiscuidade entre a(lguma) comunicação social e o poder político.