
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Futebol no Convento

Dicionário de Estrangeirês (6)
Mundial 2010: O outro lado de uma bola de futebol

Sempre que se realizam eventos desportivos de grande dimensão, o tema é recorrente: organizações não governamentais alertam os consumidores para as condições laborais em empresas do ramo têxtil ligadas às grandes marcas desportivas, que violam de forma despudorada as normas mais elementares da Organização Internacional do Trabalho ( OIT), a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a declaração dos Direitos da Criança.
Esquina da Memória (5)
Confusos? Então tomem lá mais esta. José Manuel Fernandes e o “Público” foram também condenados pelo STJ a pagar uma indemnização de 75 mil € ao Sporting, por terem noticiado que o clube devia ao Estado, desde 1996, 460 mil contos.
E foram condenados porquê? Porque a notícia era falsa? Não! Mais uma vez o tribunal reconheceu a veracidade da notícia mas considerou esse facto irrelevante!.A razão da condenação ficou a dever-se ao facto de os juízes terem considerado que a notícia punha em causa o bom nome e reputação do Sporting.
Como jornalista, confesso que estou a pensar seriamente em mudar de profissão, pois não estou disposto a ser obrigado a ter de consultar um juiz, antes de publicar uma notícia, para lhe perguntar se está de acordo com ela, ou se no seu douto entendimento, apesar de ser verdadeira, prejudica alguém. Assim vai Portugal, país democrático e com liberdade de expressão. O facto de uma notícia ser verdadeira não interessa nada, o importante é que não prejudique ninguém!
Ressalve-se, porém, que tanto o tribunal de 1ª instância, como o Tribunal da Relação tinham, anteriormente, negado provimento à queixa apresentada pelo Sporting, dando razão ao “Público”.
( Estes factos ocorreram em 2007,mas na altura ninguém se lembrou de convocar manifs em defesa da liberdade de expressão)
Facebook: uma comédia de enganos
Caderneta de cromos (19)

No país das alcoviteiras e dos bisbilhoteiros, Pacheco Pereira pretendeu assumir o papel de alcoviteiro do reino. Sabendo que não escaparia ao epíteto tentou do marcar a diferença, mas saiu-lhe o tiro pela culatra.
Ao esgrimir o argumento de que a não divulgação das escutas é uma violação da democracia e que a Comissão de Inquérito ao caso PT/TVI não respeita as regras democráticas, Pacheco Pereira apenas mostrou que o seu passado estalinista ainda permanece bem vivo. Quem não concordar com as suas opiniões e não lhe satisfizer os caprichos, não é democrata.
Não tenho dúvidas de que, mais tarde ou mais cedo, as escutas serão divulgadas por um qualquer órgão de comunicação social que utilizará igualmente os argumentos da democracia para vender papel e, durante uns dias, fazer tiragens reforçadas explorando a curiosidade dos portugueses.
Nesse momento, Pacheco Pereira terá de esgrimir fortes argumentos para nos convencer que não foi ele o fornecedor da informação. É com democratas desta estirpe, que a democracia vai perdendo credibilidade mas, ciosos de protagonismo, eles não se enxergam.