
“Eu lembrei-me de vós, funâmbulos da Cruz.
Que andais pelo universo há mil e tantos anos
Exibindo, explorando o corpo de Jesus”.
(Guerra Junqueiro- A velhice do Padre Eterno)
Ontem escrevi aqui sobre o Saul. Hoje, volto ao “30 Minutos” a propósito de outra história de exploração. Diferente, porque tem a ver com o aproveitamento da crendice dos portugueses. A segunda história do “30 minutos” - que poderão ver no link que coloquei no post abaixo sobre o Saul- , fala de uma fábrica de Ourém que faz terços iguais aos do Cristiano Ronaldo. Vende-se como pãezinhos quentes e é, actualmente, o maior êxito de vendas em Fátima. Explicação? O gosto dos portugueses pelo mimetismo. Neste caso com a vantagem de não se tratar de contrafacção, mas com o inconveniente de ser um adereço desactualizado, pois o miúdo agora é CR9 e aimagem dos terços exibe o CR 7. Compreende-se. CR 7 já não deve pagar royalties, mas comprar um terço daqueles é mais ou menos como comparar o Benfica de hoje, àquele que somou êxitos na Taça dos Campeões Europeus.
Em tempos de crise, a imaginação é fértil . Embora a irmã de Cristiano Ronaldo torça o nariz à ideia, já há quem esteja a trabalhar na produção de terços para o verão, em cores mais adequadas à época, como o lilás e o vermelho. ( E que tal um rosa e laranja, para adeptos do Bloco Central?)
O terço com o logo CR7, igual ao que mãe lhe ofereceu um dia, como prova de fé, virou adereço de moda. A preços exorbitantes para o custo de produção, como esclarece a fábrica. Mas o negócio não se fica por aqui.
O Papa é que está a dar.